terça-feira, 22 de setembro de 2020

Passeio Maria Fumaça - Corupá/Rio Negrinho - 20/09/2020

A ABPF/SC realizou nos dias 19 e 20 de setembro, o passeio de Maria Fumaça.

O trajeto foi feito no dia 19 de Rio Negrinho à Corupá, e no dia 20 de Corupá à Rio Negrinho. Esse passeio é feito uma vez por mês. No site da ABPF/SC você tem a programação. Segue o link: http://abpfsc.com.br/
A locomotiva foi a Mallet 204, fabricada em 1946 pela Baldwin Locomotive Works. Ela foi totalmente restaurada pela ABPF/SC.
O belíssimo passeio é feito pela Serra do Mar e passa por túneis e pontes.
Na viagem de Corupá à Rio Negrinho, a majestosa locomotiva segue na frente e mostra toda sua força e beleza, acompanhada de seu nostálgico som de uma valente Maria Fumaça. Nesse vídeo mostramos um pouco desse lindo passei. Acompanhe!

Assista também outros vídeos disponíveis em nosso canal no youtube: Estação Porão Nos siga no Instagram: #estacaoporao

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

 

Trens comemorativos a todo vapor

Viagens foram autorizadas nos estados de SC e RS.


A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou, no Diário Oficial da União, diversas autorizações de prestação do serviço de transporte ferroviário de passageiros de caráter não regular e eventual, com finalidades comemorativas.

Na publicação do dia 24/8, foi autorizado o Trem Lageano, entre as estações Lages e Pátio/Estação Berlande, no município de Lages/SC. As viagens ocorrem em 26 e 27 de setembro e 3 e 4 de outubro. 

Já nas publicações de hoje, 25/8, foram autorizados cinco trens comemorativos no Rio Grande do Sul:

Trem das Missões: saindo de Santo Ângelo/RS, de 13 a 15 de novembro.

Trem dos Vales (trecho plano): entre Colina/RS e Roca Sales-RS, de 6 a 8 de novembro.

Trem dos Vales (trecho serra): entre Guaporé/RS e Muçum/RS, nos dias 17, 18, 21, 23, 24, 25, 28, 30 e 31 de outubro; e 1º e 2 de novembro.

- Trem Caminho dos Tropeiros: entre Vacaria/RS e Capitão Erwino Ritter, de 9 a 12 de outubro.

Trem Cacequi: no município de mesmo nome, com viagens nos dias 21 e 22 de novembro.


Fonte: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-164-de-14-de-agosto-de-2020-273919388

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

O Corredor Ferroviário de Santa Catarina



O Corredor Ferroviário de Santa Catarina ligará o oeste ao leste do estado trazendo desenvolvimento econômico e social. Será conectado a FNS - Ferrovia Norte Sul no município de Chapecó e a futura Ferrovia Litorânea integrando assim a economia de Santa Catarina às demais regiões produtoras e consumidoras do país.

O projeto encontra-se atualmente na fase de desenvolvimento do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental – EVTEA, que está analisando diretrizes de traçado para o Corredor Ferroviário de Santa Catarina, ligando Dionísio Cerqueira, no oeste catarinense, à região de Itajaí, no litoral. Os próximos passos serão a realização do levantamento aerofotogramétrico e a elaboração do projeto básico.

O valor contratado para elaboração do EVTEA, Aerolevantamento Fotogramétrico e Projeto Básico de Engenharia é de aproximadamente R$ 48 milhões, dos quais foram dispendidos até o momento, R$ 3,5 milhões. No que tange à construção da ferrovia, o custo previsto só será obtido após a conclusão do Projeto Básico de Engenharia, fase subsequente ao EVTEA.

Quais municípios serão atendidos e qual extensão terá o Corredor Ferroviário de Santa Catarina?

Na fase atual do EVTEA estão sendo analisadas diferentes diretrizes de traçado, cujo processo de avaliação ainda está em andamento. Após esta fase serão definidos tanto a extensão da Ferrovia, quanto os municípios atendidos.

Quanto custará a construção desta ferrovia?

Após a definição da diretriz será possível estimar o valor da construção que será mais preciso após o projeto básico.

Tempo estimado para execução da obra?

Os Estudos de Viabilidade da VALEC estão sendo elaborados com a premissa de um horizonte de 5 (cinco) anos para conclusão das obras, sendo que este prazo poderá ser revisto durante a elaboração do projeto básico.

Qual é o volume de cargas estimado para esta ferrovia?

O volume de cargas previsto será determinado após a definição de uma diretriz de traçado.

Quais as principais cargas que deverão ser transportadas?

O Estudo apontou como principais cargas captáveis pela Ferrovia: granéis agrícolas, carnes processadas (aves e suínos) e cargas gerais.

Qual é o impacto socioeconômico da região com a implantação do corredor ferroviário?

Espera-se uma redução do custo de transporte, do custo de manutenção de rodovias, de emissões de gases poluentes dos veículos, de acidentes de transporte, bem como geração de empregos e outros que venham a ser identificados durante a execução dos estudos de viabilidade, os quais ainda estão em andamento.

Haverá transporte de passageiros ou somente carga?

O corredor ferroviário está sendo estudado somente para o transporte de cargas.


Fonte: http://www.valec.gov.br/ferrovias/corredor-ferroviario-de-santa-catarina/o-corredor-ferroviario-de-santa-catarina

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Darius Turismo: VIAGEM DE TREM - CORUPÁ - RIO NEGRINHO

Darius Turismo: VIAGEM DE TREM - CORUPÁ - RIO NEGRINHO: ✅ Oi Pessoal ! Esse é o nosso roteiro para você aproveitar seu final de feriado, vamos? �� - 07h00 saída de Blumenau (café na Dona Ella e...

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Governo vai acatar recomendações para privatizar Ferrovia Norte-Sul

O governo disse hoje (20) que vai acatar as recomendações do Tribunal de Contas da União relacionadas ao edital que trata da privatização da ferrovia Norte-Sul. Ontem (19) a Corte aprovou a liberação do edital, mas fez uma série de recomendações. A previsão é de que o edital seja publicado no início de outubro. 

 De acordo com assessoria do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), todas as observações da corte serão acatadas. O trecho que vai a leilão tem 1.537 quilômetros (km) de extensão e vai de Porto Nacional, no Tocantins, a Estrela d'Oeste, em São Paulo. 


 A concessão compreende dois trechos. O primeiro entre Porto Nacional e Anapólis (GO), com 855 km de extensão já foi autorizado pela ANTT para ser explorado comercialmente. O segundo trecho, com 682 km, entre Ouro Verde de Goiás (GO) e Estrela d'Oeste (SP).


A fiscalização do TCU identificou inconsistência e irregularidades nos estudos de viabilidade técnica, econômico-financeira e ambiental da obra e propôs ajustes no edital. Com relação às obras inacabadas no ramo entre Ouro Verde de Goiás (GO) e Estrela d’Oeste, e que estão a cargo da Valec, empresa pública que atualmente detém a subconcessão da Norte-Sul, o TCU disse que a empresa deve concluir as obras.


O governo queria entregar a conclusão a quem ganhasse o edital, mas a corte considerou que a proposta poderia gerar insegurança jurídica, com a quebra de contratos já assinados pela Valec. 


 Para evitar mais atrasos, o tribunal determinou uma data-limite razoável para a conclusão das obras a cargo da Valec. Pelo acórdão, a empresa terá que considerar obrigatoriamente as etapas necessárias para que os trechos entrem em operação de forma adequada. 


 "Possibilitando à interveniente subconcedente concluir os procedimentos necessários para o recebimento da infraestrutura e à subconcessionária adotar tempestivamente as medidas preparatórias para o início da operação, bem como eventuais mecanismos contratuais de compensação financeira à subconcessionária em caso de ainda assim ocorrerem atrasos na entrega dos referidos trechos da Extensão Sul além da data estabelecida", diz o acórdão do TCU. 



Ao votar pela liberação, o relator do processo, ministro Bruno Dantas recomendou que a União faça o levantamento dos bens reversíveis, que devem retornar para a União após o final do prazo de concessão que é de 30 anos. A proposta de edital do governo previa que esse levantamento caberia ao subconcessionário.
Pela recomendação, o inventário dos bens reversíveis deve ocorrer entre a publicação do edital e a assinatura do contrato. “Como o contrato só será assinado em janeiro, fevereiro dá tempo de fazer isso”, disse Dantas.
O TCU determinou ainda que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) adote providências para incluir no edital especificações sobre o direito de passagem em malhas adjacentes, administradas por outros entes privados e que se conectam aos portos de Itaqui, no Maranhão, e Santos, em São Paulo.
A ANTT apresentou uma regulação com regras para os primeiros cinco anos do contrato de concessão e que dizem respeito ao teto da tarifa e reserva de capacidade, fluxo de trens que vão transitar em determinado período. O parecer do MP pedia que o tribunal determinasse à ANTT o estabelecimento de regras para os 30 anos da concessão.
Pelo modelo do leilão, ganhará a concessão da Norte-Sul a empresa que oferecer o maior lance. O governo já tinha reduzido o valor do lance mínimo, de R$ 1,6 bilhão para R$ 1 bilhão. Mas o preço terá de passar por novos ajustes.

Fonte: Jornal do Brasil 

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Passeio com a locomotiva Mallet em Lages/SC

A Locomotiva Mallet da empresa BLW - The Baldwin Locomotive Works 74647, foi fabricada em 1950 no estado da Philadelphia - EUA. A locomotiva operou entre as décadas de 1950 e 1980 na ferrovia Tereza Cristina, e foi cedida à ABPF.

Em 1993 a locomotiva foi transportada até Rio Negrinho para ser restaurada, porém, os trabalhos só iniciaram realmente no ano de 2002, e após 15 anos de muito trabalho e cooperação de todos os associados da ABPF, a velha Locomotiva Mallet finalmente ficou pronta.

Entre os dias 11 e 19 de agosto de 2018,  a locomotiva fez o passeio em Lages, Santa Catarina. O trajeto foi de Lages à Estação de Escurinho, em Capão Alto, num total de 76 quilômetros contando o percurso de ida e volta.

Nós do Estação Porão fizemos esse belíssimo passeio e mostramos agora para vocês um vídeo do percurso. Aproveite!!!

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Amantes do Trem, imperdível!!!



Passeio com a Mallet 204 da ABPF-SC dia 18 de agosto de 2018. 

Lages - Capão Alto 

Nosso lugar já estã garantido! 

Mais informações no Blog da Darius Turismo: https://dariusturismo.blogspot.com/ 



sexta-feira, 22 de junho de 2018

Entidades defendem que nova ferrovia em SC passe pelo Vale do Itajaí

Projeto apresentado pela Valec deixa a região de fora do traçado. Novos estudos serão discutidos nesta sexta em Rio do Sul
A greve dos caminhoneiros há um mês atrás expôs a dependência das rodovias no Brasil e levantou, novamente, a importância das ferrovias para o escoamento de cargas pelos estados. Com a Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC) desativada há quase 50 anos, o Vale do Itajaí é uma das várias regiões que dependem exclusivamente dos caminhões e de estradas como a BR-470 para movimentar a produção. Em uma discussão, que já dura vários anos, o corredor ferroviário de Santa Catarina é uma opção esperada, mas corre o risco de não passar pela região.

O traçado da ferrovia que vai ligar Dionísio Cerqueira a Itajaí é discutido desde 2014, e desde então é alvo de uma disputa política. Na última apresentação feita pela Valec (estatal responsável pelas ferrovias brasileiras) em Santa Catarina, no mês de abril deste ano, foram exibidos estudos sobre os traçados possíveis e a opção principal, por enquanto, não beneficiaria o Vale do Itajaí e nem o Norte do Estado. Denominada de "ligação Y", a rota da ferrovia sairia do Oeste e seguiria pela Serra em direção ao sul, sem passagem pelo Vale, e com uma bifurcação em Alfredo Wagner, onde uma linha seguiria em direção a Tijucas e outra até Imbituba (confira no mapa). No litoral, então, um novo trecho Norte-Sul faria a ligação entre os portos até Itapoá.

O projeto orçado em cerca de R$ 16,1 bilhões é criticado por entidades empresariais e associações do Vale do Itajaí, que defendem a necessidade de trilhos de trem na região. Novos estudos foram solicitados e devem ser apresentados hoje à tarde em Rio do Sul, em reunião marcada entre a Valec e associações empresariais e de municípios do Vale.

– O traçado ainda não foi decidido, mas o projeto inicial deixaria o Vale do Itajaí sem ferrovia. Vamos defender que a carga para a região é muito maior, e como não temos a BR-470 duplicada, não tem hidrovia, temos que lutar por um trecho da ferrovia – destaca Eduardo Schroeder, diretor institucional da Associação Empresarial de Rio do Sul (Acirs).

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Por Jornal de Santa Catarina

domingo, 13 de março de 2016

Havia trem aqui

13/03 - Lucas Paraizo / Jornal de Santa Catarina


Francisca Tobias sorri quando lembra do trem. O apito da Maria Fumaça é como poesia e traz lembranças de uma época de vida mais simples em que esta era a maneira mais rápida e barata de se deslocar entre as cidades do Vale do Itajaí. Era também o sinal do progresso, da economia caminhando e um evento à parte, que reunia as crianças no quintal de casa para ver a locomotiva passar.

Dona Francisca, 70 anos, cresceu na localidade da Subida, em Apiúna, e quando criança era nos vagões do trem que viajava diariamente. Hoje ela mora na mesma região, em uma casa ao lado de um dos poucos trilhos remanescentes da sua infância. Mesmo com a Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC), que ligava Itajaí até o Alto Vale, em Agrolândia, desativada e em grande parte abandonada, o trem não é somente uma memória nostálgica para dona Francisca. Ela tem a sorte de ao menos uma vez por mês chamar os filhos, hoje crescidos, para ver uma Maria Fumaça preservada passar nos trilhos em Apiúna, em seu pequeno passeio de 2,5 quilômetros, dos 180 que a estrada já teve.

Há exatos 45 anos o trem da Estrada de Ferro Santa Catarina fazia sua última viagem, no dia 12 de março de 1971, para no dia 13 ser desativado oficialmente em um ponto final da história que durou mais de 60 anos. Inaugurada em 1909 num trecho inicial de Blumenau até Ibirama, a EFSC simbolizou a prosperidade econômica da região do Vale, mas encontrou sua decadência em meio ao avanço das rodovias e dos carros e caminhões. A história, no entanto, ainda sobrevive em dois mundos distantes: o dos apaixonados que mantêm viva a esperança de ouvir novamente o som nos trilhos e o do total esquecimento, em resquícios de estruturas abandonadas que compõem a paisagem pela região, apesar de muitas pessoas nem imaginarem que, décadas atrás, um trem passava por ali.

A última estação da EFSC, que tinha como objetivo unir a ferrovia do Vale com a linha de Lages e seguir para o Oeste catarinense, é hoje um sinal desta perdura. É difícil chegar à Estação São João, em Agrolândia, que na década de 1960 era a movimentada parada final do trem. Localizada na área rural do município, a estação é hoje um espaço abandonado e em ruínas no alto de um morro. 
Desativada em 1968, antes do restante da estrada, a parada ainda guarda fragmentos históricos, como o piso de azulejos coloridos de verde e vermelho, tomados pelos sinais do tempo e por pichações que mostram que hoje o local ainda é habitado, mas com objetivos diferentes dos de tempos atrás. Os trilhos já não existem mais – como na maior parte de toda a antiga ferrovia –, foram vendidos ou doados para um museu de Curitiba.

A estação de Agrolândia contrasta profundamente com a parada vizinha. Em Trombudo Central pode-se dizer que as chegadas e partidas da estação de trem foram substituídas pelo aconchego de uma casa. Se em São João o imóvel está desabitado, a parada de Trombudo hoje é morada para o casal Antero e Doralice Cordeiro, ambos de 67 anos. Há 35 eles compraram o terreno e moram na estrutura que antigamente foi a parada da EFSC na cidade. Preservado pelo casal, o local ainda tem sinais dos tempos de estação de trem: o nome “Trombudo Central” nas laterais, a marca da EFSC, as janelas originais e a grade da bilheteria dentro do que hoje é uma casa, além do piso original da estação. Do lado de fora, ao lado da rampa de embarque, ainda é possível ver falhas em forma de trilho no gramado.

– Quando eu tinha sete anos pegava o trem aqui para ir até Ibirama e outras cidades. Era muito bom quando tinha o trem. Nunca imaginei que um dia ia morar aqui – lembra Doralice, apontando a porta de casa, por onde muito tempo atrás ela passava para embarcar num vagão que poderia muito bem se chamar saudade.


Trilhos e pontes contornam a BR-470

Em Rio do Sul, no Alto Vale, é fácil encontrar três construções antigas que  lembram dos tempos em que a ferrovia passava por lá. Em uma, logo no Centro, funciona hoje o Museu Histórico Cultural, enquanto o antigo armazém usado pelos trabalhadores dos trens abriga a sede da Rede Feminina de Combate ao Câncer. Mas a história mais viva está no bairro Bela Aliança, na antiga Estação Ferroviária do Matador. Onde hoje é um centro cultural, segue preservado um trecho do trilho da ferrovia, assim como vagões antigos e detalhes como o sino usado para avisar que o trem estava partindo.

Ao descer o Vale os contornos do trem continuam presentes, seja em forma de pontes de ferro que antes suportavam o peso dos vagões que cruzavam o rio Itajaí-Açu ou em restos de trilhos que aguentaram a ação do tempo. Em Apiúna a estação principal no Centro da cidade foi pintada e hoje guarda da sua função original somente o formato da construção, que agora abriga uma igreja. O mesmo acontece em Blumenau, onde estruturas da época têm novos usos, como a antiga estação Blumenau, na Rua Martin Luther, que hoje é o imóvel de uma veterinária.

– Blumenau tinha potencial para criar um museu com muito da história da EFSC, mas houve um descaso com a memória da ferrovia que serviu a região por 62 anos – avalia o historiador e memorialista da ferrovia Luiz Carlos Henkels.

Um museu neste formato foi criado em Indaial, onde era a estação principal da cidade e que reúne um dos maiores acervos da ferrovia na região. A outra estação do município, no entanto, na região do Warnow, está abandonada.

Na parte mais nova da EFSC, que ia em direção ao litoral, a situação não é diferente. A antiga estação central de Itajaí foi demolida, enquanto a Estação Engenheiro Vereza, no bairro Itaipava, a primeira na cidade, continua viva como um pequeno museu. Logo atrás desta estação mora a dona Maria Rogge, de 73 anos, que nunca andou de trem mas deve muito de sua história aos trilhos da EFSC. Seu marido, Manuel Carlos Rogge, falecido há 28 anos, trabalhou por 33 na estrada de ferro em todas as estações, de Itajaí a Trombudo Central, substituindo profissionais que pegavam férias.

É também na estação do bairro Itaipava que Silvio João Wallner, 50, vizinho da dona Maria, tem memórias da infância. Ele costumava pegar o trem para voltar do Colégio Salesiano, onde estudava, até a Itaipava.

– Não é só nostálgico lembrar do trem, é uma memória muito boa. Pela rapidez, pela segurança. Era muito melhor que carro – lembra Wallner.

O historiador Luiz Carlos Henkels conta que a ferrovia teve importância vital no desenvolvimento econômico do Vale ao levar cargas e passageiros. No auge do funcionamento da linha, mais de 300 pessoas iam diariamente do Alto Vale para Blumenau com o trem, segundo Henkels:
– Nos anos 1970 desativaram a ferrovia por causa da precariedade dela, mas essa precariedade foi motivada pela falta de investimento, já que o foco do governo estava no asfalto. Gradativamente o caminhão tomou o posto do trem.



Maria Fumaça mantém memória viva

Dos 180 quilômetros que a ferrovia percorreu, hoje é possível passar por 2,5 quilômetros dela em uma Maria Fumaça restaurada vinda de Campinas (SP), da sede da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária. O trajeto é feito em Apiúna e reacende a memória de turistas e moradores da região da Subida que podem, 45 anos depois, escutar o apito do trem e vê-lo passar. A locomotiva funciona uma vez ao mês, sempre nos domingos. Faz sete viagens por dia, cada uma com duração de cerca de 40 minutos num trajeto dentro de Apiúna, nas redondezas da Usina Hidrelétrica de Salto Pilão. A locomotiva tem capacidade para 108 pessoas e a passagem custa R$ 25 por pessoa.

– Quando começamos a média era de 800 pessoas por domingo. Hoje o número caiu para entre 200 e 300 – diz o historiador Luiz Carlos Henkels, voluntário do grupo.

A Maria Fumaça de Apiúna começou a funcionar em 2010, com investimentos da prefeitura e da Usina, mas precisou ser fechada em 2011 após danos de uma enchente. Em agosto de 2013 a locomotiva voltou a funcionar e opera até hoje com passeios mensais. Neste domingo o grupo fará o passeio especial em comemoração aos 45 anos da última viagem. O próximo está marcado para 10 de abril, com reservas e informações pelo telefone (47) 3644-5077.

Fotografia: Gilmar de Souza e Lucas Correia
Edição: Mariana Furlan
Design e Desenvolvimento: Maiara Santos

domingo, 12 de julho de 2015

Eventos marcam 140 anos da Estrada de Ferro Sorocabana

12/07 - Diário de Sorocaba / Revista Ferroviária


Eventos organizados pela Secretaria da Cultura da Prefeitura marcaram na terça (7) e quarta-feira (8) a passagem do 140º aniversário de inauguração da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, ocorrida a 10 de julho de 1875. Foi exibido o documentário "A Sorocabana: Ferrovia-Cultura" e também aconteceu a abertura da exposição "Imagens da Ferrovia".

Em 10 de julho de 1875 era inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Sorocabana, interligando a cidade por meio dos trilhos, a partir de Ypanema, a São Paulo. A implantação desta ferrovia no Oeste paulista foi de grande importância para o desenvolvimento do interior do País, pois pelos trilhos da Sorocabana, cidades foram fundadas e povoadas; passageiros e produtos eram transportados em seus ramais que foram se expandindo ao longo das décadas. A Estrada de Ferro também foi responsável pela vinda de novos habitantes para Sorocaba, que se mudaram para cá em busca de oportunidades profissionais. Além disto, a Sorocabana contribuiu para o desenvolvimento do comércio e da indústria no Estado de São Paulo.

No documentário "A Sorocabana: Ferrovia-Cultura", produzido por Márcio Schimming Dias Lopes e Tauana Fontão, e viabilizado com recursos da Lei de Incentivo a Cultura (Linc) do Município, o público pode conhecer casos, experiências e o dia a dia de trabalhadores, familiares e pesquisadores da Estrada de Ferro Sorocabana, uma das mais importantes iniciativas ao desenvolvimento do transporte ferroviário no Brasil. Entre os entrevistados, estão o pesquisador Adolfo Frioli e ferroviários aposentados.

A MOSTRA - Já na exposição "Imagens da Ferrovia", os visitantes poderão conferir fotografias, pinturas e desenhos de diversas personalidades conhecidas e anônimas que mostram momentos em que a Sorocabana se fez presente, tanto na memória afetiva da cidade, quanto na história nacional.

Viagem de trem passa por viadutos de 100 anos e cânion em torno de rio

12/07 - G1 / Revista Ferroviária


Uma viagem de trem puramente contemplativa, que leva a vilarejos com poucas centenas de habitantes, começa em uma estação de trem considerada uma das mais bonitas do mundo e passa por uma ferrovia construída há mais de 100 anos que margeia um cânion forjado por um rio. Essa é a descrição mais básica da Taieri Gorge Railway, ferrovia que passa por paisagens que não podem ser acessadas de outra forma na Nova Zelândia, e atrai turistas de todo o mundo.

O passeio mais popular é o que vai de Dunedin, cidade litorânea na ilha sul, famosa por sua universidade, a maior do país, até Pukerangi – com extensão uma ou duas vezes por semana até o vilarejo de Middlemarch. A maior parte dos passageiros faz o trajeto de ida e volta, que até Pukerangi dura no total quatro horas.

Durante a viagem, paisagens cada hora mais bonitas vão surgindo pela janela – convidando os passageiros a encarar o vento frio e as baixas temperaturas que atingem a região na maior parte do ano para ficar do lado de fora, nas interligações entre vagões, onde a experiência fica ainda mais interessante com o vento batendo no rosto e a ausência de interferência dos vidros das janelas.

O passeio feito pelo G1 foi apenas de ida, até Pukerangi. Foram cerca de duas horas, com uma parada e algumas reduções de velocidade para fotos, para completar 58 km.

O trajeto margeia em metade de seu caminho o desfiladeiro Taieri, um cânion forjado pelo rio de mesmo nome. A ação da natureza gerou paisagens encantadoras, ressaltadas pela vegetação avermelhada de outono, o céu azul e o sol da tarde.

O trem avança pelo desfiladeiro de uma maneira que hoje parece fácil, mas que exigiu a construção de dez túneis – o mais longo com 437 metros - e diversas pontes e viadutos. Apesar das mudanças, a ferrovia de alguma maneira se funde com a natureza, em uma simbiose na qual uma parece completar a outra perfeitamente.

Uma das pontes, o chamado de viaduto Wingatui – uma estrutura de ferro de 197 metros de comprimento, localizada a 47 metros de altura – foi construída em 1887 e é considerada por especialistas uma verdadeira obra de arte da engenharia. O viaduto é uma das maiores estruturas de ferro do hemisfério sul.

A viagem é feita para a contemplação – o importante não é o destino em si, mas o caminho por onde se passa, a ação da natureza, e a sensação de se estar em um local único, isolado, no qual é possível voltar no tempo e reduzir a velocidade da vida para prestar atenção no que é único.
Construção há mais de 100 anos

A ferrovia começou a ser construída no fim do século XIX e entrou em operação no início do século XX. Ela funcionou até 1990, quando as linhas de carga foram fechadas. Logo depois, o serviço de trens de turismo começou a operar, chegando à maneira como é oferecido atualmente.

O início da construção da ferrovia coincidiu com o período em que Dunedin era o centro comercial da Nova Zelândia – a cidade foi a primeira a ser construída no país. O novo caminho servia principalmente para o transporte de cargas, como bens de consumo e matéria-prima.

Em 1906 foi inaugurada a estação de trem da cidade, um prédio que já foi eleito pela revista americana especializada em turismo ‘Condé Nast Traveler’ como uma das estações ferroviárias mais bonitas do mundo.

Mais de 100 anos depois, ela conserva sua glória, combinando o estilo arquitetônico flamengo-renascentista com o revestimento externo, que tem pedras brancas calcárias locais claras, chamadas de Oamaru, e rochas negras basálticas. A estação é grandiosa e cheia de detalhes, chamando a atenção no centro de Dunedin, que mesmo com mais de 110 mil habitantes conserva o estilo de pacata cidade do interior.

Dentro o acabamento é luxuoso, do teto aos banheiros. O hall onde são feitas as reservas têm um piso feito em mosaico, com mais de 750 mil pedaços de porcelana. A principal plataforma de embarque, com um quilômetro de extensão, é a maior do país, e vira palco do principal desfile de moda da ilha sul todo mês de outubro.

Trem entre China e Europa irá operar uma vez por semana a partir do próximo ano

12/07 - CRI / Revista Ferroviária


O trem chinês que atravessa os continentes da Ásia e da Europa e que começou a sua operação em maio deste ano, irá realizar o seu percurso uma vez por semana, a partir do próximo ano.

O trem que opera entre a cidade chinesa de Yiwu e Madrid, transporta as mercadorias de Yiwu para os países situados ao longo da linha e, durante o percurso de regresso, transporta para a China os produtos de azeite e vinho da Espanha.

Além de ter acesso às fontes estáveis de mercadorias, a linha ferroviária possui também vantagens na passagem aduaneira, baixo custo de logística, rapidez e segurança.

O trem tem como sua estação de partida a cidade Yiwu, passando pela Região Autônoma da Nacionalidade Uigur de Xinjiang, Cazaquistão, Rússia, Bielorrúsia, Polônia, Alemanha, França até chegar a Madrid, com uma distância total de 13.052 quilômetros e cerca de 20 dias de percurso.