sexta-feira, 29 de maio de 2015

Passeio de Maria Fumaça entre Tubarão e Laguna/SC


29/05 - Blog Estação Porão

A Sociedade dos Amigos da Locomotiva a Vapor é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1997, cujo desiderato é o resgate e a preservação da história da ferrovia no Sul de Santa Catarina, mediante a construção do MUSEU FERROVIÁRIO DE TUBARÃO e a operação do TREM DA HISTÓRIA e ainda a dotação, e conservação de monumentos à memória ferroviária existentes na região.

Hoje, ajudamos a recontar a história proporcionando uma verdadeira viagem ao tempo. Quem deseja reviver o passado ou curtir a emoção de um passeio de uma Maria Fumaça não pode deixar de vir a Tubarão. Viagens de trem são realizadas periodicamente, possibilitando aos turistas conhecer as belezas de diversos municípios da região em um percurso que ao sul pode ir até Urussanga e, ao norte, até Laguna.

A equipe do Blog Estação Porão fez esse passeio no dia 23 de maio de 2015.

O passeio é maravilhoso!!!

Agradecimento especial ao Dr. José Warmuth Teixeira e toda sua equipe.

Acompanhe nossos vídeos em: estacaoporao.blogspot.com

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Manobra da Maria Fumaça em Rio Natal/SC


Essa locomotiva faz um passeio mensal entre as cidades de Rio Negrinho e Rio Natal/SC.

O tempo de passeio é de aproximadamente 3 horas.

entre Rio Negrinho e Rio Natal, tem um trecho ferroviário belíssimo, construído entre 1910 e 1913, com quatro túneis, pontes em grande altura e fantásticos cortes na rocha. Esta linha ferroviária exigiu perspicácia e audácia por parte dos engenheiros e construtores e que precisa ser do conhecimento da comunidade brasileira, conhecimentos estes facilitados através das composições da A.B.P.F.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Marceneiros restauram vagões de trem centenários

19/05 - Globo / Revista Ferroviária


Em Pindamonhangaba, no estado de São Paulo, o Jornal Nacional visitou a oficina do Seu Vavá.

O ano de 1912 é o de fabricação. Mas, pelo estado, dá para jurar que é a última data em que fizeram uma manutenção no carro de passageiros inglês.

“É uma tristeza porque ele é uma testemunha do abandono das ferrovias no Brasil. Então, é realmente muito triste ver”, afirma Ayrton Camargo e Silva, presidente da Estrada de Ferro Campos do Jordão.

As ripas do teto e as placas do piso estão beirando o apodrecimento e os passageiros hoje são outros. A missão de trazer as pessoas de volta é do seu Vavá. Que responsa!

“Quarenta anos de praça. Cerrando, martelando, tirando medida, fazendo projeto, detalhes de peças. E meus netos vão ver isso”, diz o marceneiro Osvaldo Luiz Manckel, o Seu Vavá.

Se vão! Porque para um vagão de madeira centenário, o salvador só podia ser um marceneiro gente boa e bem das antigas.

Quem é capaz de dizer que pelas experientes mãos do seu Vavá e do time dele, um vagão quase perdido pode ganhar uma vida toda nova? Voltar a ter um verniz brilhante, bancos de madeira maciça e piso que dá até gosto de ver? Quem diria que esse vagão já foi como aquele e voltou para os trilhos.

Não mais para ficar em uma garagem até apodrecer, mas voltar a transportar passageiros exatamente com o mesmo charme de um século atrás. Dos seis tipos de madeira da fabricação, eles tiveram que substituir dois, porque estão em extinção. Todas as pecinhas de bronze são originais, ao contrário dos dez mil alinhadíssimos novos parafusos que ajudaram a deixar esse tataravô parecendo um neném. Um trabalho mega artesanal que exige gente de confiança. E onde mais a gente encontra isso, senão na nossa própria família?

“Ele marca em cima, mas chato ele não é não. Ele tem um coração muito grande, um coração bom”, diz o marceneiro Douglas Fabiano Manckel, filho do Seu Vavá. “Não pode chamar de papai, não. É senhor Osvaldo”, conta Seu Vavá.

E falta bem pouco para o senhor Osvaldo e companhia terminar o trabalho. E olha que esse nem é o primeiro que eles restauram. Pelas mãos dessa família, outras já tão sendo transportadas nos velhos novos vagões.

Júlio César Marins Ferraz, diretor de operações: Cada carro você leva em torno de um ano para fazer um restauro. Então você realmente conta aí com aproximadamente cinco anos para ter toda a frota

Jornal Nacional: Quantos carros?

Júlio César Marins Ferraz: Cinco.

Bens ferroviários cedidos pelo DNIT viabilizam projetos turísticos

19/05 - PortoGente / Revista Ferroviária


Com a cessão de bens ferroviários pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), avançam as obras de revitalização da ferrovia no município de Miguel Pereira, no Rio de Janeiro, para a implantação de um trem turístico. A cessão é uma das destinações dos bens da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) realizadas pelo órgão, órgão responsável pelos bens que não foram arrendados às concessionárias que exploram economicamente as ferrovias.

A outra forma é a realização de leilões de materiais considerados como sucata. Até dezembro de 2014, foram recebidos 6.658 bens móveis não-operacionais da Inventariança da RFFSA e foram identificados 462 bens imóveis não-operacionais, cuja propriedade passou a ser do departamento.
A Autarquia vem trabalhando no sentido de prover a melhor destinação dos bens não-operacionais em prol da finalidade pública. Para tanto, bens desafetados de sua finalidade ferroviária, como carros de passageiros, vagões e estações ferroviárias têm sido cedidos e doados pelo Dnit à prefeituras, Associações e OSCIPs para implantação de projetos socioculturais, como ocorre em Miguel Pereira.

Em 2014 foram pactuados 116 Termos de Compromisso visando a guarda e conservação de 404 bens sob risco de degradação. Em 2015 esse patrimônio será cedido ou doado aos responsáveis. As estações ferroviárias destinadas foram limpas e protegidas pelos responsáveis. Já o material rodante cedido está sendo usado em projetos de trens turísticos.

Atualmente, estão em andamento, no Dnit, 55 Termos de Cessão de bens não operacionais, a exemplo de antigas estações e trechos ferroviários que pertenciam à RFFSA, extinta em 2007. A RFFSA chegou a operar uma malha que compreendia cerca de 22 mil quilômetros de linhas férreas. Os bens arrendados são chamados bens operacionais e os que não foram arrendados, bens não-operacionais.

Coube ao departamento receber os bens móveis e imóveis operacionais; os bens móveis não-operacionais utilizados pela Administração Geral e Escritórios Regionais da extinta RFFSA; os demais bens móveis não-operacionais, incluindo trilhos, material rodante, peças, partes e componentes, almoxarifados e sucatas, que não tenham sido destinados a outros fins; os bens imóveis não operacionais, com finalidade de constituir reserva técnica. Os bens imóveis não-operacionais que não constituem reserva técnica foram transferidos à SPU e os bens com valor histórico e cultural foram transferidos ao Iphan.

Além disso, as modificações sofridas nos bens arrendados às concessionárias também são operadas e controladas pelo Dnit, visando a confiabilidade e segurança do controle patrimonial operacional.

As solicitações de bens ferroviários podem ser realizadas por prefeituras, governos estaduais e órgãos e entidades do governo federal, bem como entidades sem fins lucrativos e OSCIPs.

terça-feira, 12 de maio de 2015

A Preservação Ferroviária no Sul de Santa Catarina

12/05 - Estação Porão / Museu Ferroviário de Tubarão



A Sociedade dos Amigos da Locomotiva a Vapor é uma entidades sem fins lucrativos, fundada em 1997, cujo desiderato é o resgate e a preservação da história da ferrovia no Sul de Santa Catarina, mediante a construção do MUSEU FERROVIÁRIO DE TUBARÃO e a operação do TREM DA HISTÓRIA e ainda a  dotação, e conservação de monumentos à memória ferroviária existentes na região.

Graças a este trabalho, que se desenvolve com grande intensidade, na atualidade, o material ferroviário existente está sendo restaurado e preservado,  mercê da labuta de voluntários da entidade que não competem entre si e sim trabalham em estrita cooperação, do que resulta a racionalização das ações visando atingemento das metas já descritas. 

Assim é que os voluntários pretendem a conclusão do MUSEU FERRO-VIÁRIO DE TUBARÃO para o quarto trimestre do corrente ano, dependendo apenas da obtenção dos recursos para algumas obras de pequena monta a serem feitas no citado espaço cultura, listadas e orçadas em anexo.

Entre as locomotivas, três operam na tração do TREM DA HISTÓRIA que tem periodicidade mensal ou  dependente de demanda, trem este que conserva as características de um comboio do inicio do século XX, ou seja: locomotivas a vapor e diesel na tração de vagões em madeira. Estas locomotivas e os carros de passageiro estão perfeitamente conservados e pintados com primor. No momento, recupera-se mais uma locomotiva modelo PACIFIC, americana.

O  trem, que tem capacidade para duzentos e cinqüenta passageiros, transporta turistas da região e forasteiros de outras regiões do estado e de outros países. Anualmente, um trem é fretado por estrangeiros provenientes dos cinco continentes, inclusive da Oceania.  O eventual lucro obtido com a venda de passagens é revertido para a manutenção do próprio trem e as sobras são aplicadas na construção  do MUSEU. O acervo do MUSEU é riquíssimo,  incluído 15 (quinze ) locomotivas a vapor em modelos de procedência diferentes, a mais antiga construída em 1900, além disto, estarão expostos objetos que compõem a historia da ferrovia e outros como mobiliário, mil e quinhentas fotografias, trezentos documentos tais como relatórios, correspondência, plantas e projetos de locomotivas e vagões,  filmes, vídeos, livros sobre a historia da ferrovia.

O display do acervo leva em conta a preocupação em ser o MUSEU uma entidade com utilidade pedagógica.  Por  isso,  pretende-se preparar uma locomotiva a vapor, suspensa dos trilhos, com cortes para mostrar o funcionamento de caldeira, pistões, braçagens, apito e sino.

Pela sua localização, ao longo de uma das linhas, o Museu será do tipo iterativo ou dinâmico ou seja: os forasteiros que iniciam sua viagem no Trem da História, poderão visitar o acervo, operar máquinas e equipamentos, assistir audiovisuais e depois embarcar no trem. Um item importante no complexo do  MUSEU é a Estação do século XIX, que foi totalmente construída, onde está mantida, com fidelidade, a arquitetura da época. Mobiliário e equipamentos são todos dos primórdios da ferrovia, que foi construída em 1884 e operada por ingleses até 1902. Como se vê, o material histórico ferroviário existente na região, está sendo devidamente preservado. Justiça se faça, teríamos sido impotentes para alcançar as metas já atingidas, não fosse a  irrestrita e interessada colaboração que encontramos por parte da FTC – Ferrovia Tereza Cristina, de que jamais recebemos uma negativa para as nossas necessidades tanto no aspecto MUSEU como no do TREM DA HISTÓRIA. A mentalidade aberta, progressista, altruísta e cooperativa que encontramos, por parte da Direção da Arrendatária, tem sido fundamental para a consecução dos nossos objetivos.

Entre muitos outros benefícios, destacamos:  

1 -  Franquia  total  de suas linhas pra o nosso TREM DA HISTÓRIA, sem  restrições de dias e de horários.
2 – Franquia de suas oficinas  e instalações para  a  reconstrução  e  recuperação de materiais ferroviários.
3 – Franquia dos gastos com energia elétrica,  água  e luz, oxigênio e solda, jateamento e até de alguns insumos tais como óleos e graxas.
4 – Autorização para a construção,  em  anexo  a sua oficina, de um abrigo de 150m para o trem de turismo.
5 – Construção da linha férrea necessária ao abrigo.
6 – Cursos de reciclagem para maquinistas e pessoal de bordo.
7 – Material para a construção de uma linha de acesso ao Museu.
8 – Remodelação da linha que percorre a Estação de Tubarão.
9 – Patrocínio  da  edição  de  um  livro sobre a Historia da Ferrovia Tereza Cristina, ora no prelo.

A conservação de material ferroviário não pressupõe apenas a recuperação e manutenção de equipamentos que já passaram à história, mas sim uma precocidade nas ações que visam preservar  os equipamentos em uso nas ferrovias, na atualidade.

O Museu Ferroviário de Tubarão traz de volta o encanto dos passeios nostálgicos a bordo das Marias-Fumaça



Dia: 23 de maio de 2015
Destino: Tubarão—Barbacena (Laguna)
Saída: Museu Ferroviário de Tubarão
Horário de saída: 8:00 h
Horário de volta: 13:30 h
Valor da passagem: R$ 60,00 (por pessoa)
Crianças até  5 (cinco) anos viajando no colo NÃO pagam


Dia: 13/06/02015
Destino: Tubarão a Jaguaruna
Saída: Museu Ferroviário de Tubarão
Horário de saída: 08:00 H
Horário de volta: 13:30 H
Valor da passagem$: 60,00 (por pessoa)
Crianças até 5 (cinco) anos viajando no colo NÃO pagam
As passagens poderão ser adquiridas no próprio Museu Ferroviário ou compradas via deposito mas não esqueça de se informar primeiro pois possa não haver mais ingressos na data desejada.

domingo, 10 de maio de 2015

Avô cria estação de trem particular para os netos

10/05 - G1 / Revista Ferroviária


Quem nunca ouviu a expressão: "Em casa de avós, pode tudo"? Os netos do aposentado de Piracicaba (SP) Jair da Silva Mendes, de 62 anos, seguem à risca a frase e podem até andar de trem na estação ferroviária que ele construiu no quintal de casa. Batizada de Amélio Marcheto, em homenagem ao pai de Mendes, a área do circuito tem 300 metros e fica dentro do pomar da residência, localizada no bairro Campestre.

O passeio é uma aventura com direito à Maria Fumaça, trilhos e passagens por túnel. Um dos trajetos preferidos dos netos do aposentado é passar pela mata fechada com armadilhas e chegar até a uma gruta. "Quando alguém faz o circuito pela primeira vez, fica com medo porque sempre tem galhos", contou uma das netas, Larissa Zen Mendes, de 11 anos.

Apesar de ter construído a estação para divertir os netos, em 2012, Jair da Silva Mendes elaborou regras para o passeio. Giovana Ribeiro Mendes, de 5 anos, lembra das orientações do Vô Jair e garante que todos respeitam."Ele fala que não pode por os braços e nem as pernas para fora do trem", disse.
Já Vitor Mendes, de 8 anos, afirmou que o avô realizou o seu desejo. "Eu queria ter uma casa com uma passagem secreta, e ele fez". Larissa lembra que as criações do avô não se restringem à estação ferroviária. "É o melhor avô do mundo, faz tudo o que a gente pede", ressaltou a menina.

Projeto

Formado em administração, Mendes elaborou um projeto de construção da estação e tentou segui-lo rigorosamente. Como parte do plano de trabalho, uns dos objetivos era não cortar nenhuma árvore do pomar. "Consegui fazer um traçado no circuito para não ter que tocar em nenhuma delas", afirmou.

Para fazer o trem, ele gastou menos de R$ 500 e utilizou materiais reciclados. O aposentado ainda explica que teve a ideia de construir a estação e a ferrovia para ver a felicidade dos netos e fazer a eles o que não conseguiu realizar para os filhos.

"O motor, por exemplo, foi reaproveitado de uma motocicleta. A parte da frente da maria-fumaça foi montada com um barril de armazenar azeitona. Eu quis fazer para eles, tudo o que não pude realizar para meus filhos", falou.

Primeiro trem turístico de luxo da Irlanda será inaugurado em 2016

10/05 - Mercado e Eventos / Revista Ferroviária


Belmond Grand Hibernian, primeiro trem turístico de luxo da Irlanda, será inaugurado em 2016. Sua primeira jornada será um passeio de quatro noites pela República da Irlanda: “Legends and Laughs” (Lendas e Risadas). Viajar novo trem será como fazer um cruzeiro terrestre com excursões e experiências diárias que convidam os hóspedes a mergulharem autenticamente na Irlanda.

As reservas já podem ser realizadas para itinerários de duas, quatro e seis noites pela República da Irlanda e pela Irlanda do Norte no endereço belmond.com/grandhibernian. Os preços dos pacotes são de aproximadamente US$ 3,392 (€3,160) por pessoa para a jornada de dois dias e cerca de US$ 5,822 (€5,420) por pessoa para a jornada de quatro dias. Com tudo incluso, incluindo refeições, bebidas, entretenimento e excursões.

Os 161 anos de ferrovia, na visão dos preservacionistas

10/05 - Revista Ferroviária


Do ponto de vista dos amantes do transporte ferroviário de passageiros e preservacionismo, temos pouco a comemorar nesse dia tão importante para uma classe cuja atividade se iniciou há 161 anos atrás.

Não há como deixar de lamentar o abandono, a destruição de históricas estações ferroviárias e a erradicação de trechos pioneiros por força da nefasta Resolução 4.131/2013 da ANTT. Tem também a destruição homeopática de material rodante que vai sendo corroído pela ferrugem. 
A preservação ferroviária de antigas estações, rotundas, oficinas, trechos, sítios, locomotivas, carros, vagões, objetos, ferramentas, documentos, objetos não devem ser vistas somente como objeto de saudosismo ou exemplar de colecionadores. Trata-se de um presente do passado para se pensar num futuro melhor, menos poluído e mais civilizado em termos de transporte, passageiros e cargas.

Lamentamos, também, o fato de que esse modal – e os projetos do PIL Ferrovias - estejam muito mais voltados para o aspecto mercantilista do transporte de cargas jogando para o desvio do esquecimento o transporte de passageiros em médias e longas distâncias, com raras exceções. Estamos cada vez mais distantes do padrão europeu de mobilidade sobre trilhos. Devemos nos contentar com os (poucos) projetos urbanos sobre trilhos de metrôs, VLT’s e outros.

Fato incontestável é que o modelo de mobilidade centrado nas rodovias deixa ao abandono milhões de motoristas e passageiros que sofrem nos constantes congestionamentos em áreas urbanas ou em se ariscam em estradas, se não esburacadas, em disputa feroz com enormes caminhões e motoristas apressados. Felizes os que conseguem se livrar de inevitáveis congestionamentos ou dos acidentes, que ceifam milhares de vidas todos os dias e põe o Brasil na lista dos recordistas nessa barbárie sobre rodas.

Vale a pena registrar que a locomotiva a vapor Baroneza, primeira a trafegar em solo brasileiro, fez a viagem inaugural na estonteante velocidade média de 37km/h, que é o dobro da velocidade média dos veículos que hoje trafegam nos nossos centros urbanos. Nada contra o automóvel e toda sua moderna tecnologia embarcada mas, pergunto: evoluímos?

Para citar um único exemplo quanto à vantagem do transporte ferroviário sobre o rodoviário, a E. F. príncipe do Grão-Pará (1883-1964), que ligava Petrópolis ao Rio de Janeiro, registrou somente um único acidente com três vítimas fatais no trecho a cremalheira de 6 km no plano inclinado de 18% da Serra da Estrela durante os 81 anos ininterruptos de operação. Com o fim da ligação ferroviária, o acesso à Petrópolis passou a ser exclusivamente pela Estrada Rio Petrópolis (BR-040), inaugurada em 1926. O trecho de descida dessa rodovia acumula, em quase cem anos de existência, dezena de milhares de acidentes e mais alguns milhares de mortos. Esse fato merece uma profunda reflexão por parte dos decisores, públicos e privados.

Para encerrar a discussão, anexamos uma foto atual e antiga do universo ferroviário brasileiro. Contendo um significado explícito, um recado do passado esquecido, uma denúncia quanto ao descaso no presente e uma esperança de futuro melhor para esse modal que foi – e ainda é - tão importante para o desenvolvimento do país.

Antonio Pastori
Pesquisador-ferroviarista, mestre em economia, administrador de empresas e contador. Foi Conselheiro nas empresas FERRONORTE, FERROBAN e NOVOESTE, representando o BNDES; é coordenador do GFPF-Grupo Fluminense de Preservação Ferroviária; membro da AFL- Academia Ferroviária de Letras; entre outros. Tendo dedicado sua carreira ao setor ferroviário. 

Linha desativada será transformada em trem turístico no RJ

10/05 - Agência CNT de Notícias / Revista Ferroviária


Está em implantação, no centro-sul do Rio de Janeiro, a primeira linha de trem de turismo do estado fluminense. O projeto está em execução a partir da cidade de Miguel Pereira e prevê a recuperação de até 50 quilômetros da malha da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal), passando por mais três municípios, além de Miguel Pereira: Paty do Alferes, Vassouras e Paraíba do Sul. Inicialmente, 4,5 quilômetros devem ser revitalizados e a expectativa é que os turistas possam ser recebidos a partir de setembro desse ano.

A expectativa é que esse seja mais um atrativo, somado às belezas naturais e riqueza histórica da região, que conserva a memória do Ciclo do Café (que foi de 1700 a 1810), atraindo adeptos do turismo ecológico e cultural.  

“O trem tem potencial para estimular o turismo na região, movimentar a economia e gerar empregos”, diz Paulo Henrique Nascimento, presidente da Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Amigos do Trem, entidade que está envolvida na iniciativa.

A linha estava desativada há quase 20 anos. Para viabilizar a operação, é necessário remodelar a ferrovia da bitola de um metro para a de 1,60m. O custo estimado dos primeiros 15 quilômetros de extensão era de R$ 30 milhões. Mas o orçamento foi reduzido para R$ 2,5 milhões com o apoio do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que está destinando trilhos, equipamento de sinalização e vagões para o projeto. A iniciativa conta com apoio, ainda, da prefeitura de Miguel Pereira, da Inventariança da Rede Ferroviária Federal e de empresas privadas, que colaboram com a mão de obra e com o transporte do material.

Bens da RFFSA se transformam em projetos socioculturais

Conforme o DNIT, a cessão é um dos destinos dados a bens ferroviários da antiga RFFSA que não foram arrendados às concessionárias que exploram economicamente as ferrovias. Outra alternativa é a realização de leilões de materiais considerados como sucata.

Até dezembro de 2014, foram recebidos 6,6 mil bens móveis não-operacionais da Inventariança da RFFSA e identificados 462 bens imóveis não operacionais, cuja propriedade passou a ser do Departamento.

Carros de passageiros, vagões e estações ferroviárias têm sido cedidos e doados pelo DNIT a prefeituras, associações e OSCIPs, para implantação de projetos socioculturais.

Levantamento da autarquia aponta que, em 2014, foram pactuados 116 Termos de Compromisso visando a guarda e a conservação de 404 bens sob risco de degradação. Em 2015, esse patrimônio será cedido ou doado aos responsáveis. As estações ferroviárias destinadas foram limpas e protegidas pelos responsáveis. Já o material rodante cedido está sendo usado em projetos de trens turísticos. Atualmente, há 55 termos de cessão de bens não operacionais em andamento no DNIT.

A RFFSA chegou a operar uma malha que compreendia 22 mil quilômetros de linhas férreas.

As solicitações de bens ferroviários podem ser realizadas por prefeituras, governos estaduais e órgãos e entidades do governo federal, bem como entidades sem fins lucrativos e OSCIPs.