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terça-feira, 22 de setembro de 2020

Passeio Maria Fumaça - Corupá/Rio Negrinho - 20/09/2020

A ABPF/SC realizou nos dias 19 e 20 de setembro, o passeio de Maria Fumaça.

O trajeto foi feito no dia 19 de Rio Negrinho à Corupá, e no dia 20 de Corupá à Rio Negrinho. Esse passeio é feito uma vez por mês. No site da ABPF/SC você tem a programação. Segue o link: http://abpfsc.com.br/
A locomotiva foi a Mallet 204, fabricada em 1946 pela Baldwin Locomotive Works. Ela foi totalmente restaurada pela ABPF/SC.
O belíssimo passeio é feito pela Serra do Mar e passa por túneis e pontes.
Na viagem de Corupá à Rio Negrinho, a majestosa locomotiva segue na frente e mostra toda sua força e beleza, acompanhada de seu nostálgico som de uma valente Maria Fumaça. Nesse vídeo mostramos um pouco desse lindo passei. Acompanhe!

Assista também outros vídeos disponíveis em nosso canal no youtube: Estação Porão Nos siga no Instagram: #estacaoporao

domingo, 13 de março de 2016

Havia trem aqui

13/03 - Lucas Paraizo / Jornal de Santa Catarina


Francisca Tobias sorri quando lembra do trem. O apito da Maria Fumaça é como poesia e traz lembranças de uma época de vida mais simples em que esta era a maneira mais rápida e barata de se deslocar entre as cidades do Vale do Itajaí. Era também o sinal do progresso, da economia caminhando e um evento à parte, que reunia as crianças no quintal de casa para ver a locomotiva passar.

Dona Francisca, 70 anos, cresceu na localidade da Subida, em Apiúna, e quando criança era nos vagões do trem que viajava diariamente. Hoje ela mora na mesma região, em uma casa ao lado de um dos poucos trilhos remanescentes da sua infância. Mesmo com a Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC), que ligava Itajaí até o Alto Vale, em Agrolândia, desativada e em grande parte abandonada, o trem não é somente uma memória nostálgica para dona Francisca. Ela tem a sorte de ao menos uma vez por mês chamar os filhos, hoje crescidos, para ver uma Maria Fumaça preservada passar nos trilhos em Apiúna, em seu pequeno passeio de 2,5 quilômetros, dos 180 que a estrada já teve.

Há exatos 45 anos o trem da Estrada de Ferro Santa Catarina fazia sua última viagem, no dia 12 de março de 1971, para no dia 13 ser desativado oficialmente em um ponto final da história que durou mais de 60 anos. Inaugurada em 1909 num trecho inicial de Blumenau até Ibirama, a EFSC simbolizou a prosperidade econômica da região do Vale, mas encontrou sua decadência em meio ao avanço das rodovias e dos carros e caminhões. A história, no entanto, ainda sobrevive em dois mundos distantes: o dos apaixonados que mantêm viva a esperança de ouvir novamente o som nos trilhos e o do total esquecimento, em resquícios de estruturas abandonadas que compõem a paisagem pela região, apesar de muitas pessoas nem imaginarem que, décadas atrás, um trem passava por ali.

A última estação da EFSC, que tinha como objetivo unir a ferrovia do Vale com a linha de Lages e seguir para o Oeste catarinense, é hoje um sinal desta perdura. É difícil chegar à Estação São João, em Agrolândia, que na década de 1960 era a movimentada parada final do trem. Localizada na área rural do município, a estação é hoje um espaço abandonado e em ruínas no alto de um morro. 
Desativada em 1968, antes do restante da estrada, a parada ainda guarda fragmentos históricos, como o piso de azulejos coloridos de verde e vermelho, tomados pelos sinais do tempo e por pichações que mostram que hoje o local ainda é habitado, mas com objetivos diferentes dos de tempos atrás. Os trilhos já não existem mais – como na maior parte de toda a antiga ferrovia –, foram vendidos ou doados para um museu de Curitiba.

A estação de Agrolândia contrasta profundamente com a parada vizinha. Em Trombudo Central pode-se dizer que as chegadas e partidas da estação de trem foram substituídas pelo aconchego de uma casa. Se em São João o imóvel está desabitado, a parada de Trombudo hoje é morada para o casal Antero e Doralice Cordeiro, ambos de 67 anos. Há 35 eles compraram o terreno e moram na estrutura que antigamente foi a parada da EFSC na cidade. Preservado pelo casal, o local ainda tem sinais dos tempos de estação de trem: o nome “Trombudo Central” nas laterais, a marca da EFSC, as janelas originais e a grade da bilheteria dentro do que hoje é uma casa, além do piso original da estação. Do lado de fora, ao lado da rampa de embarque, ainda é possível ver falhas em forma de trilho no gramado.

– Quando eu tinha sete anos pegava o trem aqui para ir até Ibirama e outras cidades. Era muito bom quando tinha o trem. Nunca imaginei que um dia ia morar aqui – lembra Doralice, apontando a porta de casa, por onde muito tempo atrás ela passava para embarcar num vagão que poderia muito bem se chamar saudade.


Trilhos e pontes contornam a BR-470

Em Rio do Sul, no Alto Vale, é fácil encontrar três construções antigas que  lembram dos tempos em que a ferrovia passava por lá. Em uma, logo no Centro, funciona hoje o Museu Histórico Cultural, enquanto o antigo armazém usado pelos trabalhadores dos trens abriga a sede da Rede Feminina de Combate ao Câncer. Mas a história mais viva está no bairro Bela Aliança, na antiga Estação Ferroviária do Matador. Onde hoje é um centro cultural, segue preservado um trecho do trilho da ferrovia, assim como vagões antigos e detalhes como o sino usado para avisar que o trem estava partindo.

Ao descer o Vale os contornos do trem continuam presentes, seja em forma de pontes de ferro que antes suportavam o peso dos vagões que cruzavam o rio Itajaí-Açu ou em restos de trilhos que aguentaram a ação do tempo. Em Apiúna a estação principal no Centro da cidade foi pintada e hoje guarda da sua função original somente o formato da construção, que agora abriga uma igreja. O mesmo acontece em Blumenau, onde estruturas da época têm novos usos, como a antiga estação Blumenau, na Rua Martin Luther, que hoje é o imóvel de uma veterinária.

– Blumenau tinha potencial para criar um museu com muito da história da EFSC, mas houve um descaso com a memória da ferrovia que serviu a região por 62 anos – avalia o historiador e memorialista da ferrovia Luiz Carlos Henkels.

Um museu neste formato foi criado em Indaial, onde era a estação principal da cidade e que reúne um dos maiores acervos da ferrovia na região. A outra estação do município, no entanto, na região do Warnow, está abandonada.

Na parte mais nova da EFSC, que ia em direção ao litoral, a situação não é diferente. A antiga estação central de Itajaí foi demolida, enquanto a Estação Engenheiro Vereza, no bairro Itaipava, a primeira na cidade, continua viva como um pequeno museu. Logo atrás desta estação mora a dona Maria Rogge, de 73 anos, que nunca andou de trem mas deve muito de sua história aos trilhos da EFSC. Seu marido, Manuel Carlos Rogge, falecido há 28 anos, trabalhou por 33 na estrada de ferro em todas as estações, de Itajaí a Trombudo Central, substituindo profissionais que pegavam férias.

É também na estação do bairro Itaipava que Silvio João Wallner, 50, vizinho da dona Maria, tem memórias da infância. Ele costumava pegar o trem para voltar do Colégio Salesiano, onde estudava, até a Itaipava.

– Não é só nostálgico lembrar do trem, é uma memória muito boa. Pela rapidez, pela segurança. Era muito melhor que carro – lembra Wallner.

O historiador Luiz Carlos Henkels conta que a ferrovia teve importância vital no desenvolvimento econômico do Vale ao levar cargas e passageiros. No auge do funcionamento da linha, mais de 300 pessoas iam diariamente do Alto Vale para Blumenau com o trem, segundo Henkels:
– Nos anos 1970 desativaram a ferrovia por causa da precariedade dela, mas essa precariedade foi motivada pela falta de investimento, já que o foco do governo estava no asfalto. Gradativamente o caminhão tomou o posto do trem.



Maria Fumaça mantém memória viva

Dos 180 quilômetros que a ferrovia percorreu, hoje é possível passar por 2,5 quilômetros dela em uma Maria Fumaça restaurada vinda de Campinas (SP), da sede da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária. O trajeto é feito em Apiúna e reacende a memória de turistas e moradores da região da Subida que podem, 45 anos depois, escutar o apito do trem e vê-lo passar. A locomotiva funciona uma vez ao mês, sempre nos domingos. Faz sete viagens por dia, cada uma com duração de cerca de 40 minutos num trajeto dentro de Apiúna, nas redondezas da Usina Hidrelétrica de Salto Pilão. A locomotiva tem capacidade para 108 pessoas e a passagem custa R$ 25 por pessoa.

– Quando começamos a média era de 800 pessoas por domingo. Hoje o número caiu para entre 200 e 300 – diz o historiador Luiz Carlos Henkels, voluntário do grupo.

A Maria Fumaça de Apiúna começou a funcionar em 2010, com investimentos da prefeitura e da Usina, mas precisou ser fechada em 2011 após danos de uma enchente. Em agosto de 2013 a locomotiva voltou a funcionar e opera até hoje com passeios mensais. Neste domingo o grupo fará o passeio especial em comemoração aos 45 anos da última viagem. O próximo está marcado para 10 de abril, com reservas e informações pelo telefone (47) 3644-5077.

Fotografia: Gilmar de Souza e Lucas Correia
Edição: Mariana Furlan
Design e Desenvolvimento: Maiara Santos

domingo, 12 de julho de 2015

Com cinco novas linhas, turismo ferroviário deve atrair 3 milhões de pessoas em 2015

12/07 - O Globo / Revista Ferroviária


Subir a serra da Mantiqueira sobre trilhos, pela ferrovia The Rio and Minas Railway, inaugurada em 1884, e chegar à estação Coronel Fulgêncio. No meio do caminho, uma parada na estação de Manacá, que serviu como posto das tropas federais durante a Revolução de 1932. Tudo isso em meio a paisagens rurais e a bordo de uma locomotiva de 1925. Não é preciso voltar no tempo para fazer o roteiro. O “Trem da Serra da Mantiqueira”, na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais, é uma das 33 linhas ferroviárias turísticas em operação no país.

Ainda este ano, mais cinco trechos serão inaugurados. O de Guararema, no interior de São Paulo, deve começar a operar até agosto. O trem vai percorrer a antiga Estrada de Ferro Central do Brasil, através da locomotiva 353, o maior trem a vapor em operação no país. O trajeto de 6,8 quilômetros começa na Estação de Guararema, construída em 1891, e termina na Estação de Luis Carlos, inaugurada em 1914.

Também em São Paulo, o Trem Caipira inicia suas atividades no segundo semestre. Operado por um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o trajeto percorrerá um área de dez quilômetros, saindo do centro de São José do Rio Preto e chegando ao distrito de Engenheiro Schmitt, passando por fábricas de doces caseiros.

No Rio Grande do Sul, dois novos trechos começarão a funcionar em 2015. O Trem do Vale do Taquari e o Trem dos Pampas passarão por cidades no interior do estado. No Paraná, a inauguração do trajeto percorrido pelo Trem União da Vitória, que liga a cidade de mesmo nome a Matos Costa, também está marcada para o segundo semestre.

A procura pelo turismo ferroviário tem crescido, segundo a Associação Brasileira de Operadoras de Trens Turísticos (ABOTTC). Os últimos dados disponíveis apontam que, em 2010, cerca de 2 milhões de pessoas viajaram sobre os trilhos pelo país. Para 2015, a estimativa é de que o número de turistas chegue a três milhões.

A associação, em parceria com o Sebrae, lançou o projeto “Trem é Turismo”, com o objetivo de aprimorar a linha ferroviária, que, em outros tempos, já foi o principal meio de transporte do Brasil.

— Esperamos crescimento para dez milhões de turistas por ano e um aumento para 60 trens em dez anos — diz Luiz Carlos Barboza, coordenador do projeto.

Serviço:

Trem da Mantiqueira em Passa Quatro, MG. O percurso é de 1h15m e o passeio custa R$ 45. Saídas aos sábados e domingos, às 11h e às 14h30m. abpfsuldeminas.com/trem-da-serra-da-mantqueira

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Passeio de Maria Fumaça entre Tubarão e Laguna/SC


29/05 - Blog Estação Porão

A Sociedade dos Amigos da Locomotiva a Vapor é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1997, cujo desiderato é o resgate e a preservação da história da ferrovia no Sul de Santa Catarina, mediante a construção do MUSEU FERROVIÁRIO DE TUBARÃO e a operação do TREM DA HISTÓRIA e ainda a dotação, e conservação de monumentos à memória ferroviária existentes na região.

Hoje, ajudamos a recontar a história proporcionando uma verdadeira viagem ao tempo. Quem deseja reviver o passado ou curtir a emoção de um passeio de uma Maria Fumaça não pode deixar de vir a Tubarão. Viagens de trem são realizadas periodicamente, possibilitando aos turistas conhecer as belezas de diversos municípios da região em um percurso que ao sul pode ir até Urussanga e, ao norte, até Laguna.

A equipe do Blog Estação Porão fez esse passeio no dia 23 de maio de 2015.

O passeio é maravilhoso!!!

Agradecimento especial ao Dr. José Warmuth Teixeira e toda sua equipe.

Acompanhe nossos vídeos em: estacaoporao.blogspot.com

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Manobra da Maria Fumaça em Rio Natal/SC


Essa locomotiva faz um passeio mensal entre as cidades de Rio Negrinho e Rio Natal/SC.

O tempo de passeio é de aproximadamente 3 horas.

entre Rio Negrinho e Rio Natal, tem um trecho ferroviário belíssimo, construído entre 1910 e 1913, com quatro túneis, pontes em grande altura e fantásticos cortes na rocha. Esta linha ferroviária exigiu perspicácia e audácia por parte dos engenheiros e construtores e que precisa ser do conhecimento da comunidade brasileira, conhecimentos estes facilitados através das composições da A.B.P.F.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Marceneiros restauram vagões de trem centenários

19/05 - Globo / Revista Ferroviária


Em Pindamonhangaba, no estado de São Paulo, o Jornal Nacional visitou a oficina do Seu Vavá.

O ano de 1912 é o de fabricação. Mas, pelo estado, dá para jurar que é a última data em que fizeram uma manutenção no carro de passageiros inglês.

“É uma tristeza porque ele é uma testemunha do abandono das ferrovias no Brasil. Então, é realmente muito triste ver”, afirma Ayrton Camargo e Silva, presidente da Estrada de Ferro Campos do Jordão.

As ripas do teto e as placas do piso estão beirando o apodrecimento e os passageiros hoje são outros. A missão de trazer as pessoas de volta é do seu Vavá. Que responsa!

“Quarenta anos de praça. Cerrando, martelando, tirando medida, fazendo projeto, detalhes de peças. E meus netos vão ver isso”, diz o marceneiro Osvaldo Luiz Manckel, o Seu Vavá.

Se vão! Porque para um vagão de madeira centenário, o salvador só podia ser um marceneiro gente boa e bem das antigas.

Quem é capaz de dizer que pelas experientes mãos do seu Vavá e do time dele, um vagão quase perdido pode ganhar uma vida toda nova? Voltar a ter um verniz brilhante, bancos de madeira maciça e piso que dá até gosto de ver? Quem diria que esse vagão já foi como aquele e voltou para os trilhos.

Não mais para ficar em uma garagem até apodrecer, mas voltar a transportar passageiros exatamente com o mesmo charme de um século atrás. Dos seis tipos de madeira da fabricação, eles tiveram que substituir dois, porque estão em extinção. Todas as pecinhas de bronze são originais, ao contrário dos dez mil alinhadíssimos novos parafusos que ajudaram a deixar esse tataravô parecendo um neném. Um trabalho mega artesanal que exige gente de confiança. E onde mais a gente encontra isso, senão na nossa própria família?

“Ele marca em cima, mas chato ele não é não. Ele tem um coração muito grande, um coração bom”, diz o marceneiro Douglas Fabiano Manckel, filho do Seu Vavá. “Não pode chamar de papai, não. É senhor Osvaldo”, conta Seu Vavá.

E falta bem pouco para o senhor Osvaldo e companhia terminar o trabalho. E olha que esse nem é o primeiro que eles restauram. Pelas mãos dessa família, outras já tão sendo transportadas nos velhos novos vagões.

Júlio César Marins Ferraz, diretor de operações: Cada carro você leva em torno de um ano para fazer um restauro. Então você realmente conta aí com aproximadamente cinco anos para ter toda a frota

Jornal Nacional: Quantos carros?

Júlio César Marins Ferraz: Cinco.

Bens ferroviários cedidos pelo DNIT viabilizam projetos turísticos

19/05 - PortoGente / Revista Ferroviária


Com a cessão de bens ferroviários pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), avançam as obras de revitalização da ferrovia no município de Miguel Pereira, no Rio de Janeiro, para a implantação de um trem turístico. A cessão é uma das destinações dos bens da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) realizadas pelo órgão, órgão responsável pelos bens que não foram arrendados às concessionárias que exploram economicamente as ferrovias.

A outra forma é a realização de leilões de materiais considerados como sucata. Até dezembro de 2014, foram recebidos 6.658 bens móveis não-operacionais da Inventariança da RFFSA e foram identificados 462 bens imóveis não-operacionais, cuja propriedade passou a ser do departamento.
A Autarquia vem trabalhando no sentido de prover a melhor destinação dos bens não-operacionais em prol da finalidade pública. Para tanto, bens desafetados de sua finalidade ferroviária, como carros de passageiros, vagões e estações ferroviárias têm sido cedidos e doados pelo Dnit à prefeituras, Associações e OSCIPs para implantação de projetos socioculturais, como ocorre em Miguel Pereira.

Em 2014 foram pactuados 116 Termos de Compromisso visando a guarda e conservação de 404 bens sob risco de degradação. Em 2015 esse patrimônio será cedido ou doado aos responsáveis. As estações ferroviárias destinadas foram limpas e protegidas pelos responsáveis. Já o material rodante cedido está sendo usado em projetos de trens turísticos.

Atualmente, estão em andamento, no Dnit, 55 Termos de Cessão de bens não operacionais, a exemplo de antigas estações e trechos ferroviários que pertenciam à RFFSA, extinta em 2007. A RFFSA chegou a operar uma malha que compreendia cerca de 22 mil quilômetros de linhas férreas. Os bens arrendados são chamados bens operacionais e os que não foram arrendados, bens não-operacionais.

Coube ao departamento receber os bens móveis e imóveis operacionais; os bens móveis não-operacionais utilizados pela Administração Geral e Escritórios Regionais da extinta RFFSA; os demais bens móveis não-operacionais, incluindo trilhos, material rodante, peças, partes e componentes, almoxarifados e sucatas, que não tenham sido destinados a outros fins; os bens imóveis não operacionais, com finalidade de constituir reserva técnica. Os bens imóveis não-operacionais que não constituem reserva técnica foram transferidos à SPU e os bens com valor histórico e cultural foram transferidos ao Iphan.

Além disso, as modificações sofridas nos bens arrendados às concessionárias também são operadas e controladas pelo Dnit, visando a confiabilidade e segurança do controle patrimonial operacional.

As solicitações de bens ferroviários podem ser realizadas por prefeituras, governos estaduais e órgãos e entidades do governo federal, bem como entidades sem fins lucrativos e OSCIPs.

terça-feira, 12 de maio de 2015

A Preservação Ferroviária no Sul de Santa Catarina

12/05 - Estação Porão / Museu Ferroviário de Tubarão



A Sociedade dos Amigos da Locomotiva a Vapor é uma entidades sem fins lucrativos, fundada em 1997, cujo desiderato é o resgate e a preservação da história da ferrovia no Sul de Santa Catarina, mediante a construção do MUSEU FERROVIÁRIO DE TUBARÃO e a operação do TREM DA HISTÓRIA e ainda a  dotação, e conservação de monumentos à memória ferroviária existentes na região.

Graças a este trabalho, que se desenvolve com grande intensidade, na atualidade, o material ferroviário existente está sendo restaurado e preservado,  mercê da labuta de voluntários da entidade que não competem entre si e sim trabalham em estrita cooperação, do que resulta a racionalização das ações visando atingemento das metas já descritas. 

Assim é que os voluntários pretendem a conclusão do MUSEU FERRO-VIÁRIO DE TUBARÃO para o quarto trimestre do corrente ano, dependendo apenas da obtenção dos recursos para algumas obras de pequena monta a serem feitas no citado espaço cultura, listadas e orçadas em anexo.

Entre as locomotivas, três operam na tração do TREM DA HISTÓRIA que tem periodicidade mensal ou  dependente de demanda, trem este que conserva as características de um comboio do inicio do século XX, ou seja: locomotivas a vapor e diesel na tração de vagões em madeira. Estas locomotivas e os carros de passageiro estão perfeitamente conservados e pintados com primor. No momento, recupera-se mais uma locomotiva modelo PACIFIC, americana.

O  trem, que tem capacidade para duzentos e cinqüenta passageiros, transporta turistas da região e forasteiros de outras regiões do estado e de outros países. Anualmente, um trem é fretado por estrangeiros provenientes dos cinco continentes, inclusive da Oceania.  O eventual lucro obtido com a venda de passagens é revertido para a manutenção do próprio trem e as sobras são aplicadas na construção  do MUSEU. O acervo do MUSEU é riquíssimo,  incluído 15 (quinze ) locomotivas a vapor em modelos de procedência diferentes, a mais antiga construída em 1900, além disto, estarão expostos objetos que compõem a historia da ferrovia e outros como mobiliário, mil e quinhentas fotografias, trezentos documentos tais como relatórios, correspondência, plantas e projetos de locomotivas e vagões,  filmes, vídeos, livros sobre a historia da ferrovia.

O display do acervo leva em conta a preocupação em ser o MUSEU uma entidade com utilidade pedagógica.  Por  isso,  pretende-se preparar uma locomotiva a vapor, suspensa dos trilhos, com cortes para mostrar o funcionamento de caldeira, pistões, braçagens, apito e sino.

Pela sua localização, ao longo de uma das linhas, o Museu será do tipo iterativo ou dinâmico ou seja: os forasteiros que iniciam sua viagem no Trem da História, poderão visitar o acervo, operar máquinas e equipamentos, assistir audiovisuais e depois embarcar no trem. Um item importante no complexo do  MUSEU é a Estação do século XIX, que foi totalmente construída, onde está mantida, com fidelidade, a arquitetura da época. Mobiliário e equipamentos são todos dos primórdios da ferrovia, que foi construída em 1884 e operada por ingleses até 1902. Como se vê, o material histórico ferroviário existente na região, está sendo devidamente preservado. Justiça se faça, teríamos sido impotentes para alcançar as metas já atingidas, não fosse a  irrestrita e interessada colaboração que encontramos por parte da FTC – Ferrovia Tereza Cristina, de que jamais recebemos uma negativa para as nossas necessidades tanto no aspecto MUSEU como no do TREM DA HISTÓRIA. A mentalidade aberta, progressista, altruísta e cooperativa que encontramos, por parte da Direção da Arrendatária, tem sido fundamental para a consecução dos nossos objetivos.

Entre muitos outros benefícios, destacamos:  

1 -  Franquia  total  de suas linhas pra o nosso TREM DA HISTÓRIA, sem  restrições de dias e de horários.
2 – Franquia de suas oficinas  e instalações para  a  reconstrução  e  recuperação de materiais ferroviários.
3 – Franquia dos gastos com energia elétrica,  água  e luz, oxigênio e solda, jateamento e até de alguns insumos tais como óleos e graxas.
4 – Autorização para a construção,  em  anexo  a sua oficina, de um abrigo de 150m para o trem de turismo.
5 – Construção da linha férrea necessária ao abrigo.
6 – Cursos de reciclagem para maquinistas e pessoal de bordo.
7 – Material para a construção de uma linha de acesso ao Museu.
8 – Remodelação da linha que percorre a Estação de Tubarão.
9 – Patrocínio  da  edição  de  um  livro sobre a Historia da Ferrovia Tereza Cristina, ora no prelo.

A conservação de material ferroviário não pressupõe apenas a recuperação e manutenção de equipamentos que já passaram à história, mas sim uma precocidade nas ações que visam preservar  os equipamentos em uso nas ferrovias, na atualidade.

O Museu Ferroviário de Tubarão traz de volta o encanto dos passeios nostálgicos a bordo das Marias-Fumaça



Dia: 23 de maio de 2015
Destino: Tubarão—Barbacena (Laguna)
Saída: Museu Ferroviário de Tubarão
Horário de saída: 8:00 h
Horário de volta: 13:30 h
Valor da passagem: R$ 60,00 (por pessoa)
Crianças até  5 (cinco) anos viajando no colo NÃO pagam


Dia: 13/06/02015
Destino: Tubarão a Jaguaruna
Saída: Museu Ferroviário de Tubarão
Horário de saída: 08:00 H
Horário de volta: 13:30 H
Valor da passagem$: 60,00 (por pessoa)
Crianças até 5 (cinco) anos viajando no colo NÃO pagam
As passagens poderão ser adquiridas no próprio Museu Ferroviário ou compradas via deposito mas não esqueça de se informar primeiro pois possa não haver mais ingressos na data desejada.

domingo, 10 de maio de 2015

Avô cria estação de trem particular para os netos

10/05 - G1 / Revista Ferroviária


Quem nunca ouviu a expressão: "Em casa de avós, pode tudo"? Os netos do aposentado de Piracicaba (SP) Jair da Silva Mendes, de 62 anos, seguem à risca a frase e podem até andar de trem na estação ferroviária que ele construiu no quintal de casa. Batizada de Amélio Marcheto, em homenagem ao pai de Mendes, a área do circuito tem 300 metros e fica dentro do pomar da residência, localizada no bairro Campestre.

O passeio é uma aventura com direito à Maria Fumaça, trilhos e passagens por túnel. Um dos trajetos preferidos dos netos do aposentado é passar pela mata fechada com armadilhas e chegar até a uma gruta. "Quando alguém faz o circuito pela primeira vez, fica com medo porque sempre tem galhos", contou uma das netas, Larissa Zen Mendes, de 11 anos.

Apesar de ter construído a estação para divertir os netos, em 2012, Jair da Silva Mendes elaborou regras para o passeio. Giovana Ribeiro Mendes, de 5 anos, lembra das orientações do Vô Jair e garante que todos respeitam."Ele fala que não pode por os braços e nem as pernas para fora do trem", disse.
Já Vitor Mendes, de 8 anos, afirmou que o avô realizou o seu desejo. "Eu queria ter uma casa com uma passagem secreta, e ele fez". Larissa lembra que as criações do avô não se restringem à estação ferroviária. "É o melhor avô do mundo, faz tudo o que a gente pede", ressaltou a menina.

Projeto

Formado em administração, Mendes elaborou um projeto de construção da estação e tentou segui-lo rigorosamente. Como parte do plano de trabalho, uns dos objetivos era não cortar nenhuma árvore do pomar. "Consegui fazer um traçado no circuito para não ter que tocar em nenhuma delas", afirmou.

Para fazer o trem, ele gastou menos de R$ 500 e utilizou materiais reciclados. O aposentado ainda explica que teve a ideia de construir a estação e a ferrovia para ver a felicidade dos netos e fazer a eles o que não conseguiu realizar para os filhos.

"O motor, por exemplo, foi reaproveitado de uma motocicleta. A parte da frente da maria-fumaça foi montada com um barril de armazenar azeitona. Eu quis fazer para eles, tudo o que não pude realizar para meus filhos", falou.

Primeiro trem turístico de luxo da Irlanda será inaugurado em 2016

10/05 - Mercado e Eventos / Revista Ferroviária


Belmond Grand Hibernian, primeiro trem turístico de luxo da Irlanda, será inaugurado em 2016. Sua primeira jornada será um passeio de quatro noites pela República da Irlanda: “Legends and Laughs” (Lendas e Risadas). Viajar novo trem será como fazer um cruzeiro terrestre com excursões e experiências diárias que convidam os hóspedes a mergulharem autenticamente na Irlanda.

As reservas já podem ser realizadas para itinerários de duas, quatro e seis noites pela República da Irlanda e pela Irlanda do Norte no endereço belmond.com/grandhibernian. Os preços dos pacotes são de aproximadamente US$ 3,392 (€3,160) por pessoa para a jornada de dois dias e cerca de US$ 5,822 (€5,420) por pessoa para a jornada de quatro dias. Com tudo incluso, incluindo refeições, bebidas, entretenimento e excursões.

Os 161 anos de ferrovia, na visão dos preservacionistas

10/05 - Revista Ferroviária


Do ponto de vista dos amantes do transporte ferroviário de passageiros e preservacionismo, temos pouco a comemorar nesse dia tão importante para uma classe cuja atividade se iniciou há 161 anos atrás.

Não há como deixar de lamentar o abandono, a destruição de históricas estações ferroviárias e a erradicação de trechos pioneiros por força da nefasta Resolução 4.131/2013 da ANTT. Tem também a destruição homeopática de material rodante que vai sendo corroído pela ferrugem. 
A preservação ferroviária de antigas estações, rotundas, oficinas, trechos, sítios, locomotivas, carros, vagões, objetos, ferramentas, documentos, objetos não devem ser vistas somente como objeto de saudosismo ou exemplar de colecionadores. Trata-se de um presente do passado para se pensar num futuro melhor, menos poluído e mais civilizado em termos de transporte, passageiros e cargas.

Lamentamos, também, o fato de que esse modal – e os projetos do PIL Ferrovias - estejam muito mais voltados para o aspecto mercantilista do transporte de cargas jogando para o desvio do esquecimento o transporte de passageiros em médias e longas distâncias, com raras exceções. Estamos cada vez mais distantes do padrão europeu de mobilidade sobre trilhos. Devemos nos contentar com os (poucos) projetos urbanos sobre trilhos de metrôs, VLT’s e outros.

Fato incontestável é que o modelo de mobilidade centrado nas rodovias deixa ao abandono milhões de motoristas e passageiros que sofrem nos constantes congestionamentos em áreas urbanas ou em se ariscam em estradas, se não esburacadas, em disputa feroz com enormes caminhões e motoristas apressados. Felizes os que conseguem se livrar de inevitáveis congestionamentos ou dos acidentes, que ceifam milhares de vidas todos os dias e põe o Brasil na lista dos recordistas nessa barbárie sobre rodas.

Vale a pena registrar que a locomotiva a vapor Baroneza, primeira a trafegar em solo brasileiro, fez a viagem inaugural na estonteante velocidade média de 37km/h, que é o dobro da velocidade média dos veículos que hoje trafegam nos nossos centros urbanos. Nada contra o automóvel e toda sua moderna tecnologia embarcada mas, pergunto: evoluímos?

Para citar um único exemplo quanto à vantagem do transporte ferroviário sobre o rodoviário, a E. F. príncipe do Grão-Pará (1883-1964), que ligava Petrópolis ao Rio de Janeiro, registrou somente um único acidente com três vítimas fatais no trecho a cremalheira de 6 km no plano inclinado de 18% da Serra da Estrela durante os 81 anos ininterruptos de operação. Com o fim da ligação ferroviária, o acesso à Petrópolis passou a ser exclusivamente pela Estrada Rio Petrópolis (BR-040), inaugurada em 1926. O trecho de descida dessa rodovia acumula, em quase cem anos de existência, dezena de milhares de acidentes e mais alguns milhares de mortos. Esse fato merece uma profunda reflexão por parte dos decisores, públicos e privados.

Para encerrar a discussão, anexamos uma foto atual e antiga do universo ferroviário brasileiro. Contendo um significado explícito, um recado do passado esquecido, uma denúncia quanto ao descaso no presente e uma esperança de futuro melhor para esse modal que foi – e ainda é - tão importante para o desenvolvimento do país.

Antonio Pastori
Pesquisador-ferroviarista, mestre em economia, administrador de empresas e contador. Foi Conselheiro nas empresas FERRONORTE, FERROBAN e NOVOESTE, representando o BNDES; é coordenador do GFPF-Grupo Fluminense de Preservação Ferroviária; membro da AFL- Academia Ferroviária de Letras; entre outros. Tendo dedicado sua carreira ao setor ferroviário. 

Linha desativada será transformada em trem turístico no RJ

10/05 - Agência CNT de Notícias / Revista Ferroviária


Está em implantação, no centro-sul do Rio de Janeiro, a primeira linha de trem de turismo do estado fluminense. O projeto está em execução a partir da cidade de Miguel Pereira e prevê a recuperação de até 50 quilômetros da malha da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal), passando por mais três municípios, além de Miguel Pereira: Paty do Alferes, Vassouras e Paraíba do Sul. Inicialmente, 4,5 quilômetros devem ser revitalizados e a expectativa é que os turistas possam ser recebidos a partir de setembro desse ano.

A expectativa é que esse seja mais um atrativo, somado às belezas naturais e riqueza histórica da região, que conserva a memória do Ciclo do Café (que foi de 1700 a 1810), atraindo adeptos do turismo ecológico e cultural.  

“O trem tem potencial para estimular o turismo na região, movimentar a economia e gerar empregos”, diz Paulo Henrique Nascimento, presidente da Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Amigos do Trem, entidade que está envolvida na iniciativa.

A linha estava desativada há quase 20 anos. Para viabilizar a operação, é necessário remodelar a ferrovia da bitola de um metro para a de 1,60m. O custo estimado dos primeiros 15 quilômetros de extensão era de R$ 30 milhões. Mas o orçamento foi reduzido para R$ 2,5 milhões com o apoio do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que está destinando trilhos, equipamento de sinalização e vagões para o projeto. A iniciativa conta com apoio, ainda, da prefeitura de Miguel Pereira, da Inventariança da Rede Ferroviária Federal e de empresas privadas, que colaboram com a mão de obra e com o transporte do material.

Bens da RFFSA se transformam em projetos socioculturais

Conforme o DNIT, a cessão é um dos destinos dados a bens ferroviários da antiga RFFSA que não foram arrendados às concessionárias que exploram economicamente as ferrovias. Outra alternativa é a realização de leilões de materiais considerados como sucata.

Até dezembro de 2014, foram recebidos 6,6 mil bens móveis não-operacionais da Inventariança da RFFSA e identificados 462 bens imóveis não operacionais, cuja propriedade passou a ser do Departamento.

Carros de passageiros, vagões e estações ferroviárias têm sido cedidos e doados pelo DNIT a prefeituras, associações e OSCIPs, para implantação de projetos socioculturais.

Levantamento da autarquia aponta que, em 2014, foram pactuados 116 Termos de Compromisso visando a guarda e a conservação de 404 bens sob risco de degradação. Em 2015, esse patrimônio será cedido ou doado aos responsáveis. As estações ferroviárias destinadas foram limpas e protegidas pelos responsáveis. Já o material rodante cedido está sendo usado em projetos de trens turísticos. Atualmente, há 55 termos de cessão de bens não operacionais em andamento no DNIT.

A RFFSA chegou a operar uma malha que compreendia 22 mil quilômetros de linhas férreas.

As solicitações de bens ferroviários podem ser realizadas por prefeituras, governos estaduais e órgãos e entidades do governo federal, bem como entidades sem fins lucrativos e OSCIPs.

sábado, 25 de abril de 2015

Bens ferroviários cedidos pelo DNIT viabilizam projetos turísticos

25/04 - ANTT / Revista Ferroviária


Com a cessão de bens ferroviários pelo DNIT, avançam as obras de revitalização da ferrovia no município de Miguel Pereira, no Rio de Janeiro, para a implantação de um trem turístico. A cessão é uma das destinações dos bens da antiga Rede Ferroviária Federal – RFFSA realizadas pelo DNIT, órgão responsável pelos bens que não foram arrendados às concessionárias que exploram economicamente as ferrovias.

A outra forma é a realização de leilões de materiais considerados como sucata. Até dezembro de 2014, foram recebidos 6.658 bens móveis não-operacionais da Inventariança da RFFSA e foram identificados 462 bens imóveis não-operacionais, cuja propriedade passou a ser do DNIT.

A Autarquia vem trabalhando no sentido de prover a melhor destinação dos bens não-operacionais em prol da finalidade pública. Para tanto, bens desafetados de sua finalidade ferroviária, como carros de passageiros, vagões e estações ferroviárias têm sido cedidos e doados pelo DNIT à Prefeituras, Associações e OSCIPs para implantação de projetos socioculturais, como ocorre em Miguel Pereira.

Em 2014 foram pactuados 116 Termos de Compromisso visando a guarda e conservação de 404 bens sob risco de degradação. Em 2015 esse patrimônio será cedido ou doado aos responsáveis. As estações ferroviárias destinadas foram limpas e protegidas pelos responsáveis. Já o material rodante cedido está sendo usado em projetos de trens turísticos.

Atualmente, estão em andamento no DNIT 55 Termos de Cessão de bens não operacionais, a exemplo de antigas estações e trechos ferroviários que pertenciam à RFFSA, extinta em 2007. A RFFSA chegou a operar uma malha que compreendia cerca de 22 mil quilômetros de linhas férreas. Os bens arrendados são chamados bens operacionais e os que não foram arrendados, bens não-operacionais.

Coube ao DNIT receber os bens móveis e imóveis operacionais; os bens móveis não-operacionais utilizados pela Administração Geral e Escritórios Regionais da extinta RFFSA; os demais bens móveis não-operacionais, incluindo trilhos, material rodante, peças, partes e componentes, almoxarifados e sucatas, que não tenham sido destinados a outros fins; os bens imóveis não operacionais, com finalidade de constituir reserva técnica. Os bens imóveis não-operacionais que não constituem reserva técnica foram transferidos à SPU e os bens com valor histórico e cultural foram transferidos ao IPHAN.

Além disso, as modificações sofridas nos bens arrendados às concessionárias também são operadas e controladas pelo DNIT, visando a confiabilidade e segurança do controle patrimonial operacional.

As solicitações de bens ferroviários podem ser realizadas por Prefeituras, Governos Estaduais e órgãos e entidades do Governo Federal, bem como entidades sem fins lucrativos e OSCIPs.

Justiça fixa prazo para restauro de Estação Ferroviária de Paranaguá

25/04 - G1 PR / Revista Ferroviária


Uma decisão judicial determinou o prazo de 90 dias para que Estação Ferroviária de Paranaguá, no litoral do Paraná, seja restaurada. Considerada patrimônio histórico do estado, a estação está abandonada com paredes e tetos danificados. O município, porém, afirmou que irá recorrer da decisão.

A Estação Ferroviária de Paranaguá foi construída em 1983 e, conforme a Secretaria Estadual de Cultura, tombada em 1990. A construção está associada à decisão imperial de que o espaço seria o ponto final do traçado entre o litoral e o planalto.

A estrada férrea que liga Paranaguá a Curitiba foi concluída em 1885 e é a mais antiga do estado - considerada um dos marcos da engenharia ferroviária nacional em virtude dos obstáculos do terreno de serra.

O pedido de restauro imediato foi apresentado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em 13 de março deste ano. Seis dias depois, a juíza Giovana Ehlers Fabro Esmanhotto, da Vara da Fazenda Pública de Paranaguá, decidiu favorável ao MP-PR. A magistrada afirmou que bens tombados devem ter a estrutura preservada e as características mantidas, por se tratar de patrimônio de valor histórico e cultural.

Além disso, a juíza destacou a responsabilidade do poder público no papel de conservação.

Prefeitura vai recorrer

A Prefeitura de Paranaguá informou que já foi notificada da decisão liminar, porém, declarou que irá recorreu ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

“Entretanto, é importante destacar o esforço da atual gestão em recuperar o prédio da Estação Ferroviária, um ícone turístico de Paranaguá. No ano passado a Prefeitura de Paranaguá já tinha conseguido a liberação de R$ 1,3 milhão do Ministério do Turismo para o restauro”, diz nota oficial encaminhada pela administração municipal. 

A prefeitura ainda alega ter conseguido mais R$500 mil para o restauro e que existe um processo licitatório em andamento para que a obra seja iniciada.

Em janeiro deste ano, o Executivo municipal necessitava de uma certidão negativa do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) para dar andamento à liberação dos recursos. Nesta terça-feira, a administração municipal informou que está em dia com a documentação, inclusive, com o acordo junto à Caixa Econômica Federal (CEF) assinado.

Impacto no turismo

Desde o início dos anos 2000, a estação ferroviária não é mais utilizada, uma vez que não existe mais transporte de passageiros. O passeio de trem pela Serra do Mar termina em Morretes.

De acordo com o presidente da Fundação Municipal de Turismo (Fumtur), Rafael Gutierrez, o a medida foi ruim para os comerciantes de Paranaguá e até para a Ilha do Mel já que o número de turistas caiu significativamente.

Estação ferroviária 'fantasma' de 100 anos é descoberta em Londres

25/04 - Tribuna Hoje / Revista Ferroviária


Uma estação de trem 'fantasma' fechada há cerca de 100 anos foi descoberta em Londres.
O local funcionou de 1902 a 1915, antes de ser desativado por causa da concorrência com bondes e ônibus e também devido à eclosão da 1ª Guerra Mundial.

Operários da Thameslink, a companhia metroferroviária de Londres, descobriram a estação Southwark Park durante o trabalho de reforma de algumas das linhas atuais, iniciativa orçada em 6,5 bilhões de libras (R$ 30 bilhões).


Segundo Greg Thornett, responsável pelo projeto, "descobrimos os rastros das antigas plataformas enquanto estávamos nos preparando para construir um viaduto sobre o qual passaria um novo trilho e agora estamos trabalhando no telhado da antiga bilheteria para instalar as antigas claraboias".
"Os viadutos antigos serão substituídos por estruturas novas, mais modernas, mas que foram desenhadas para coexistir com a arquitetura antiga. É emocionante ver essa transformação e uma sensação de dever cumprido quando os primeiros trens passarem por aqui", acrescentou Thornett.

domingo, 22 de março de 2015

Preßnitztalbahn im Herbst 2014 - Narrow Gauge Steam Railway - Dampflok

Pátio das Cinco Pontas, no Recife, é inscrito como patrimônio ferroviário

22/03 - G1 PE / Revista Ferroviária


Foi publicada no Diário Oficial da União, na terça-feira (17), a homologação da decisão de incluir a área operacional do Pátio Ferroviário das Cinco Pontas, no Recife, na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário. A decisão é assinada pela presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema de Sousa Machado.

O pátio ferroviário fica no terreno do Cais José Estelita. Vizinho ao pátio está a área que é alvo de disputa entre o consórcio responsável pelo projeto Novo Recife e movimentos sociais contrários à sua construção. O Novo Recife prevê a construção de 13 prédios residenciais e comerciais, com altura variando de 12 a 38 andares.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento Urbano do Recife, a zona onde está o pátio ferroviário é reservada como área de parque público, de modo a preservar e valorizar a memória ferroviária. "O município reconhece e afirma que só pode ter essa destinação, com valorização dos elementos culturais que temos lá. Isso [a inscrição do Iphan como patrimônio ferroviário] não alteraria nossos planos para a área", disse o secretário Antônio Alexandre.

Homologação

A Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário se reuniu no dia 12 de fevereiro e reconheceu o valor histórico, artístico e cultural da área, homologado nesta terça pela presidente do Iphan. A área é vinculada a um contrato de concessão - neste caso, explorado pela Transnordestina Logística S/A.

O Iphan deve enviar agora um ofício ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para informar sobre a inscrição do bem na lista. Procurado pelo G1, o instituto informou que, de acordo com o artigo 9º da Lei 11.483/2007, "caso o bem seja classificado como operacional, o IPHAN deverá garantir seu compartilhamento para uso ferroviário". Isso significa significa que Iphan e DNIT devem trabalhar em conjunto para a preservação desse bem.

O Iphan ressalta ainda que, com a inclusão na Lista de Patrimônio Ferroviário, "qualquer intervenção nessa área, que atualmente precisa de aprovação por parte da ANTT (reguladora do contrato de concessão) e por parte do DNIT (proprietário da área, em função da Lei 11.483/2007), deverá ser aprovadas pelo IPHAN".

sábado, 14 de março de 2015

MG: Projeto prevê restauração de estações ferroviárias da região

14/03 - G1 / Revista Ferroviária


No dia 5 de março, o Uberlândia Convention & Visitors Bureau recebeu o gestor do projeto "Trens Turísticos" e consultor em assuntos ferroviários, o engenheiro José Silva Coutinho. Com informações referentes ao trecho da malha ferroviária que liga Araguari, Uberlândia, Uberaba, Araxá e Ibiá. O Projeto Trens Turísticos é uma iniciativa do Circuito Turístico do Triângulo Mineiro, Circuito da Canastra, Dos Lagos, Das Águas, e Caminhos do Cerrado.

O projeto em processo de viabilização, busca agregar valor ao destino turístico contribuindo para a preservação da memória ferroviária, e ao mesmo tempo para um atrativo cultural na região. “O encontro, foi feito com os prefeitos dessas cidades serviu de base para a formatação e levantamento dos custos do projeto, que definirão a viabilidade e a potencialização do mesmo para a região. O Projeto Trens Turísticos é muito bom e visa fomentar o desenvolvimento do turismo, consolidar o destino, prospectar a região e beneficiar seus associados”, disse a executiva de captação de eventos do Uberlândia Convention & Visitors Bureau, Raquel Mohn.

José Silva Coutinho também visitou o município de Araxá, o comandante do Batalhão Mauá e participou de reunião com representantes da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de Araguari.

Nova rota ferroviária chinesa chega à Espanha

14/03 - Valor Econômico / Revista Ferroviária

Os mercados atacadistas de bugigangas baratas de Yiwu, um centro de comércio a poucas horas de Xangai, prosperaram exportando seus produtos além do oceano.

Negociantes árabes e africanos se misturam a compradores europeus para adquirir artigos variados, como flores de plástico, braceletes e lanternas, que são transportados em caminhões até os portos próximos, colocados em contêineres e embarcados em navios.

Em novembro, contudo, parte da produção da cidade foi para o outro lado: um trem fretado partiu de Yiwu para Madri, inaugurando a malha ferroviária mais longa do mundo, uma viagem por cerca de 13 mil quilômetros ao longo da antiga Rota da Seda, através da Ásia Central. A estrada de ferro é parte de um dos projetos de transporte e infraestrutura mais ambiciosos da história, concebido num momento em que a China, sob o governo do presidente Xi Jinping, busca novos sonhos continentais.

Xi é motivado pela insegurança. A China pode até estar projetando uma imagem de autoconfiança e arrogância ao se apoderar de recifes e construir ilhas artificiais no mar da China Meridional, mas a realidade é muito diferente. Pequim está olhando para o Ocidente precisamente porque a vista para o Pacífico é cheia de perigos.

A China se sente sufocada por uma rede de alianças militares americanas que se estende desde a Coreia do Sul e o Japão, passa pelas Filipinas e vai até a Austrália. Ainda que a China esteja rapidamente ampliando seu poderio militar, a Marinha dos Estados Unidos segue dominando os oceanos. Num eventual conflito, os navios de guerra e os submarinos dos EUA podem estrangular a economia da China com um bloqueio naval.

O governo chinês também vê riscos numa nova ordem de comércio regional atualmente em formação. O presidente dos EUA, Barack Obama, está renovando os esforços para finalizar a Parceria Transpacífico, um acordo gigante de livre-comércio que vai unir 12 países que respondem por 40% do PIB mundial, mas que excluirá a China. O acordo está no âmago da chamada "virada" de Obama para a Ásia, que Pequim interpreta como uma estratégia ao estilo da Guerra Fria para impedir o crescimento de um concorrente global.

Por isso, Xi está se voltando para a Eurásia. O objetivo, como ele coloca, é "romper o gargalo da conectividade".
O plano improvável de reabrir a porta dos fundos da Europa através da Ásia Central - que a China chama de "Cinturão Econômico da Rota da Seda" - está se tornando uma luta épica contra vastas distâncias e uma geografia selvagem.

A linha entre Yiwu e Madri serpenteia por Cazaquistão, Rússia, Belarus, Polônia, Alemanha e França em seu caminho até a Espanha. Parte de um clima subtropical e atravessa um deserto e estepes onde as temperaturas podem cair a 40 graus negativos no inverno.
A logística é imensamente complexa. Por causa das diferentes bitolas ao longo do caminho, os contêineres têm que ser transferidos por guindastes para novos vagões três vezes - ao entrar no Cazaquistão, na Polônia e, por fim, ao chegar na Espanha.

Já existe um trem comercial entre a cidade de Chongqing, no sudoeste da China, e Duisburg, na Alemanha, e a cidade de Zhengzhou, na região central da China, é ligada a Hamburgo. Mas locomotivas nunca substituirão navios: no máximo, podem puxar poucas centenas de contêineres enquanto os maiores navios podem carregar até 18 mil. A navegação ainda é muito mais barata, embora o trem seja mais rápido. A troca entre custo e velocidade torna o frete ferroviário válido principalmente para bens de maior valor.

Várias rotas ferroviárias muito longas estão sendo planejadas. Algumas parecem possíveis, como um trem de alta velocidade entre Pequim e Moscou. Outras são puramente fantasiosas, inclusive uma linha que entra em um túnel no Ártico e termina em Nova York, passando pelo Canadá.

Tudo é parte da grande visão de Xi: as linhas de trem serão a forma de atar com laços de aço a economia da China às de seus vizinhos.

Esse é o motivo do investimento inicial de US$ 40 bilhões que a China fez no Fundo da Rota da Seda para modernizar a rede ferroviária existente, construir novos troncos e desvios e instalar dutos de petróleo e infraestrutura industrial nos países que atravessa.
O empreendimento gigantesco, agora uma prioridade nacional, explora algumas das forças da China. Ao contrário do Pacífico Ocidental, onde os EUA devem continuar sendo a força dominante por muitos anos, a Ásia Central está livre para ser conquistada.

Há um vácuo de poder ali desde que o esfacelamento da União Soviética, em 1991, criou países autônomos. As elites governantes do Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Turcomenistão ainda são politicamente próximas do Kremlin, mas seu futuro econômico está na China.

A maioria desses países é receptiva à forma chinesa de fazer negócios no mundo em desenvolvimento: iniciativa do Estado e prioridade a investimentos em energia, mineração e indústria pesada e com grande impacto ambiental. Já a Parceria Transpacífico vai se concentrar no comércio de serviços e impõe padrões elevados de práticas trabalhistas e ambientais.

As imensas caravanas da Rota da Seda foram extintas há 400 anos pela concorrência dos navios europeus e as turbulências militares e políticas da instável região. Xi enfrenta um conjunto semelhante de desafios e sem garantia de sucesso.