29/07 - Um bombeiro e um policial militar voltaram da cidade do Texas, dos Estados Unidos, no fim de semana. Com a bagagem, trouxeram muito mais do que as experiências de uma viagem: mais conhecimento para trabalhar no Grupo Especialista em Resgate de Alto Risco (Gerar), de Jaraguá do Sul.
Os dois participaram, cada um, de um curso de uma semana, na melhor universidade de formação de bombeiros do mundo, no Texas A&M University. A intensão, agora, é repassar o aprendizado adquirido para os bombeiros e principalmente para os voluntários do Gerar.
O policial militar Jefferson Rank, 24 anos, foi bombeiro voluntário até dois anos atrás. Em 2008, ele soube da universidade por um amigo que é bombeiro nos Estados Unidos e resolveu investir para fazer o curso de combate a incêndio.
Ele gostou tanto que em 2010 voltou aos EUA para aprender sobre resgate de estruturas colapsadas.
— Percebi que era muito diferente da nossa realidade. Nem no Brasil, nem em outros países, existe nada parecido com essa instituição. Aqui no País só temos aulas dentro das unidades e simulações pequenas —, comenta.
Nos dois cursos, Jefferson teve aulas práticas e teóricas, com provas em cada fase.
Outros cursos
— A Universidade tem uma cidade simulada de mais de 6 mil m², chamada Desaster City. Tem várias cenas montadas, como trem descarrilado, carro embaixo dos escombros com vítimas —, conta.
Mas neste ano, o curso foi diferente, o policial teve apenas aulas teóricas, porque resolveu se formar como instrutor, pelo curso NFPA1041, que define como o monitor deve montar as aulas.
Como o curso foi em espanhol, de todos os oito brasileiros que estavam na mesma turma apenas Jefferson conseguiu o certificado do Proboard, que vale em todo o mundo.
— Minha intenção é, no futuro, me mudar para os Estados Unidos e dar aulas na Texas A&M University —, comenta.
Já para o bombeiro efetivo de Jaraguá do Sul Neilor Vincenzi, 36 anos, o curso foi novidade.
— Eu soube pelo Jefferson da universidade e de como eram os cursos. Resolvi fazer este ano e escolhi as aulas sobre produtos perigosos, uma área da qual gosto muito —, afirma. Neilor pensa em voltar no ano que vem para se formar em novas especialidades.
— Não temos profissionais com conhecimento especifico em produtos perigosos aqui em Jaraguá. O curso é para saber, por exemplo, que tipo de vestimenta e quais produtos usar em um derramamento de óleo, ou ácidos, que são de alto risco, por exemplo —, destaca.
Este ano, o policial viajou com o apoio de empresas e o bombeiro contou com ajuda dos bombeiros da cidade para pagar a passagem. Para Jefferson, nos dois primeiros cursos o investimento de quase R$ 10 mil no total saiu do próprio bolso.
O Gerar foi formado em 2009 em Jaraguá do Sul, um ano depois de Jefferson participar do primeiro curso nos Estados Unidos. O grupo tem 20 voluntários dos bombeiros, polícia, defesa civil, Samu e outros.
O objetivo da equipe é ajudar a população em casos de desastres naturais e ecoturismo, além de instruir na prevenção de acidentes, com palestras em escolas e entidades.
Fonte: A Notícia
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